Ninguém pode dizer que gosta, que nos quer, e ao mesmo tempo dizer-nos que é impossível, que não pode ser. São duas afirmações demasiado antagónicas. Não me querem perder, mas não me querem na realidade para nada. Não me querem perder, mas não me querem, não lutam para não me perder. Deixam-me fugir, não esboçam sequer uma ligeira vontade de não me deixar ir, deixam apenas a leve impressão de que preferiam que não fossemos, mas não se mexem, não saem do lugar, e depois insinuam que sofrem muito. Talvez. Mas então devem gostar.
Eu é que sofro e não gosto, e não posso fazer nada, não sei lutar contra moínhos de vento instalados em cabeças, que na verdade não posso mudar, nem quero, porque fazem parte dele, dessa estranha maneira de ser, e é essa maneira estranha que eu gosto, que me prende e me afasta, que me afastou. Não o quereria mudar e não se obriga ninguém a ver os verdadeiros moínhos de vento.
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