Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

06 junho 2011

Não gosto de fins, só de começos e meios, mas não de meios para um fim, não gosto de fins, já disse.
Gosto de princípios e de meios, por princípio.
No meio é que está a virtude, dizem. Eu digo que mantermo-nos lá é que é uma virtude.
Reconstruir os meios com os nossos meios, recomeçar sem acabar ou começar, apenas mudar, transformar.
Plantar sucessivos começos em cima dos meios já acomododados, crescidos. Quando mortos é o fim, foi.
Rumar ao objectivo, nunca ao fim. Não gosto de fins, já disse.
Objectivos são eternamente horizontes, quando pensamos que lá chegámos, erguemos o olhar e o horizonte lá está, ao fundo, à espera de nos fintar de novo.
Caminhar sempre em direcção ao horizonte, usar os meios em eternos princípios, porque o fim é evitar o fim.
O meu princípio és tu, dá-me uma mão, e com a outra afasta o horizonte que ontem vi nos teus olhos.
Fiquemos, por princípio, para sempre, a meio do fim.
Não gosto de fins, já disse.
[...há coisas que se repetem, e talvez agora faça sentido voltar, ainda não sei, sei que a Eva ainda não morreu e eu também não, embora às vezes me pareça convencer disso)

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