Tu tens um medo:
Acabar.
Não vês que acabas todo o dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Na dúvida.
No desejo.
Que te renovas todo o dia.
No amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.
E então serás eterno.Cecília Meireles
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.
E então serás eterno.Cecília Meireles
[A eternidade, em cada um, sente-se quando se deixa de ter medo do tempo: quando não tivermos medo de acabar, de nos morrermos, renascemos. Quando não tivermos medo do depois ele chega. O amanhã chega sempre, porque este dia morre e nasce outro, temos de tentar que um qualquer amanhã seja o nosso depois, para renascer. Ou continuaremos a morrer na mesma, todos os dias, sem saber, e sem nada de novo nascer.]
2 comentários:
Boa tarde Eva.. e talvez a morte não seja o medo de todos.
Beijinhos cheio de ternura.
;)
Há muitas mortes, muitos tipos de fim. A perspectivas de fim trazem normalmente incertezas que se receiam.
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