Ia enviar-me fotografada a retalhos... um ombro, a linha do pescoço, a curva da anca, a sobrancelha, aquela curva que segue o contorno onde as costas mudam de nome, as pernas e a boca em beijo... Ia mandar-lhe de quando em quando, pelo telemóvel, pedaços de mim, a preto e branco - sempre a nostalgia melancólica do preto e branco - ia sorrir enquanto o fazia, ia imaginar o momento quando chegasse ao destino e fosse aberto. Ia salpicar o dia assim, de coisas que esperava que gostasses... e que te fizesse esse sorriso lindo e malandro.
Não fiz, não foi este ano, mas farei ao que for meu próximo namorado. Enviar-me-ei em retalhos fotográficos, a conta gotas, durante o dia, para me dar-lhe inteira ao fim do dia quando lhe cair nos braços à espera que a vontade de me abraçar cada bocadinho daqueles de mim seja tão grande, tão boa e tão doce como aquela que sinto agora por quem nada sente.
Bem sei que sou tonta, que se calhar não arranjarei um tonto que goste destas tontices, que ache tontices parvas, que diga que não liga ao dia - e eu também não ligo, mas às vezes dá-me desculpa para fazer umas tontices mais tontas (este dia, ou aniversários, ou datas que me marcam por alguma razão, ou só porque me apetece, pronto)... Porque a vontade de abraçar, e querer ser abraçada em cada pormenor, em cada riso e sorriso, ao fim do dia, isso - felizmente, ou não tão felizmente - tenho-a todos os dias. É essa a minha prenda de enamorada todos os dias, o dia do bêbado do cúpido só me dá asas para coisas mais parvas e que não se encontram em lojas.
Dou por mim a pensar, a projectar o fim do dia... quando, finalmente sozinhos, enroscados um no outro em frente à lareira íamos murmurar parvoíces e rir enquanto nos contássemos a tontice do dia na primeira pessoa de cada um. Onde estava quando viu a primeira foto, o que pensou, o que pensei... enfim aquelas coisas parvas que me fazem estar a sorrir feita estúpida agora, antes de fechar a janela do blogger e voltar à vida e à casa vazia, à lareira sem calor junto, aos meus dias e à minha realidade.
Dou por mim a pensar, a projectar o fim do dia... quando, finalmente sozinhos, enroscados um no outro em frente à lareira íamos murmurar parvoíces e rir enquanto nos contássemos a tontice do dia na primeira pessoa de cada um. Onde estava quando viu a primeira foto, o que pensou, o que pensei... enfim aquelas coisas parvas que me fazem estar a sorrir feita estúpida agora, antes de fechar a janela do blogger e voltar à vida e à casa vazia, à lareira sem calor junto, aos meus dias e à minha realidade.
Enfim... um dia a vida acontece. Acontece-me. Um dia.
P.S. - os telemóveis são um potente aliado do namoro desavergonhado, desde fotos a trocar, a mensagens a trocar para lá de malandras e nos limites da decência de cada um (e cada um tem os seus, e nós tinhamo-los parecidos)...revela-se uma grande invenção se bem aproveitada... foi o que também conclui quando me lembrei de fazer isto... aproveitem!
P.S. 2 - curiosamente nunca penso ou imagino que alguém me pudesse fazer a mim uma tontice deste género, ou doutro, uma brincadeira qualquer... e nunca ninguém (mentira, acho que uma percebeu pelo embrulho brincadeira do meu dia de anos...) percebeu que prendas não me fazem nascer o sorriso de dentro que só me sai pelos olhos. Sou esquisita, ou exigente demais, se calhar.
P.S. 2 - curiosamente nunca penso ou imagino que alguém me pudesse fazer a mim uma tontice deste género, ou doutro, uma brincadeira qualquer... e nunca ninguém (mentira, acho que uma percebeu pelo embrulho brincadeira do meu dia de anos...) percebeu que prendas não me fazem nascer o sorriso de dentro que só me sai pelos olhos. Sou esquisita, ou exigente demais, se calhar.
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