Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

14 setembro 2014


Pronto, acabou. Tenho sempre uma sensação estranha quando acabo um livro de que gostei. Como se não gostasse que tivesse acabado, mas quando começamos um livro é para ler até ao fim. Sabemos que tem um fim. Já na vida há coisas que começamos que não sabemos se terão fim, ou quando, ou como. Talvez por isso a sensação seja diferente, só mais à frente na vida é que acho que percebemos que fechámos o livro depois da última página. Na vida só é difícil saber quando foi a última página. Quando percebemos finalmente vemos que já fechámos o livro, mas não sei se conseguimos precisar exactamente quando.

Há fins que só se reconhecem muito depois do fim, - mas até aí temos de os querer ver, temos de assumi-los, temos de saber e sentir que acabou, que fizemos tudo - como há começos que começaram muito antes de termos consciência do seu início. É por isso que só se entende a vida quando se olha para trás, para o caminho já feito e nao quando, a caminho, olhamos para os pés.

Boa noite.

[depois hei-de pôr aqui as ultimas passagens que marquei no livro para guardar para a posteridade.]

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