"Love me two times girl
One for tomorrow, one just for today
Love me two times I'm goin' away"
Vi isto e lembrei-me de receber esta música no meu mail, em vésperas de férias ou de coisas desse género. Engraçado, pensava nisto e recebo um convite para ir amanhã à tarde esplanar, que vêm para estas bandas. Querem passar a tarde numa esplanada, entrar de fim de semana mais cedo, estar comigo, ouvir a minha gargalhada pura, confirmar a minha originalidade e continuar a surpreender-se com o meu ser destravado. E eu sorrio - meia sem jeito, que ao telefone não se vê e eu não digo - e fico a pensar que já não me lembro de alguém se lembrar de mim para passar uma tarde de sexta a esplanar, a incluir-me nos seus planos, ou ter vontade disso; já não me lembro do que é ser uma qualquer espécie de prioridade para alguém. E nisto percebo que se fosse há uns tempos, e a mensagem doutra proveniência, eu arranjaria maneira de, sem dúvida nenhuma - nem poria outra hipótese, quando se quer mesmo, arranja-se maneira -, ter tempo para esplanar na sexta feira à tarde, em frente ao mar, e a um prato de ameijoas, ou qualquer coisa boa com sabor a mar e a soar a mar, e a amar estar. Percebo, com alguma amargura, que sempre fiz prioridade de quem nunca me fez coisa nenhuma na sua vida. E tenho pena de não ter a mesma vontade de fazer deste convite uma prioridade, mas tenho muita vontade de ter essa vontade, talvez por isso vá tentar espreitar o mar na sexta feira, e ouvir alguém dizer-se surpreendido comigo, que me acha original, com piada, e com uma gargalhada que vale a deslocação. Isso agora para mim talvez seja a minha prioridade, mas não é a prioridade certa, eu sei. Mas sabe-me bem e temos de começar por algum lado... e a ver o mar, ainda que não me saiba a mar, pode ser um bom principio. O mar faz-me sempre bem.
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