Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

18 junho 2013



Desejei-te ontem, de mais, e hoje também. Todos os dias são o mesmo dia quando te desejo assim. Só penso em ti. És inigualável. De olhos fechados consigo encontrar-te noutros corpos, mas só o teu amo de olhos abertos. Quando te escrevo tu não foges das minhas páginas. Quando te escrevo tu ressuscitas a minha alma. Acompanho o teu sorriso de longe e de perto, meu príncipe das trevas, lindo. Guardo comigo o teu olhar e sei que te recordas do meu corpo a tentar convencer-te que o meu amor é inteiro, embora nunca o seja bastante. É bom desconfiar do amor porque ele às vezes é traiçoeiro, metamorfoseia-se em reles sentimentos, eras tu que mo dizias. 

Eu não concordo.

via Pedro Paixão
in Príncipe, Asfixia


[será que se pode mentir desejo? o desejo será só uma espécie de fome indiscriminada de algo e não de alguém? como é que se sabe que o desejo é de nós, e que não servimos apenas para encontrarem outros corpos no nosso? como? onde está a prova dos nove do desejo, e já agora do amor?]

2 comentários:

B disse...

Olha..era isso, deviam inventar/criar (sei lá!!) a prova dos nove do desejo e claro.. do amor!!..
Inventam td...pq raio ainda n fizeram isto?!

Embora, às vezes, se saiba de antemão o resultado.. :(

Eva disse...

Verdade, eu do amor já sei, alias, está tudo preto no branco, nem se pode duvidar, agora do desejo não sei... Mas se calhar sabendo que não nos amam é coisa que também interessa pouco... Mas ponho-me a pensar nisso...