Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

28 agosto 2014

... Ainda não consigo. Ainda me agarram as saudades. Ainda se me colam as recordações a qualquer coisa que veja, que oiça, que cheire, que viva. Ainda te tenho entranhado na vida por viver como na vivida. 
Como é que se pode ter saudades de alguém que não nos ama, e se não nos ama nós não queremos? Como se pode ter saudades do que não foi? E como ter saudades do que não foi? Como se as memórias e as recordações fossem sonhos e nunca realidade, porque a minha realidade não existiu, nunca estiveste nos momentos como eu estive e recordo. São como memórias de contrabando, falsificadas, que comprei com a minha alma, como genuínas, verdadeiras, reais. 
Como agora saudades do passado mentido e do futuro a que não cheguei?
Saudades como? Como?

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