(...)
A maturidade não se adquire por decreto. Se rebentarmos, não por própria convicção, mas pura e exclusivamente porque rebentam os nossos vizinhos e o fogo se propaga, o mais provável é que as chamas recebidas não nos sirvam de nada, a não ser para nos destruirmos. Enquanto não fabricarmos o nosso próprio rastilho e a nossa própria pólvora, enquanto não adquirirmos uma consciência visceral da necessidade da nossa própria explosão, do nosso próprio fogo, nada será fundo, verdadeiro, legítimo, tudo será uma simples casca, como agora é casquinha (...)"
Mario Benedetti, Obrigada pelo lume
[... Verdade, enquanto não tivermos a nossa verdade e a sentirmos até à medula, nada se incendeia, nada muda, não há revoluções, políticas ou outras.]
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