Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

23 setembro 2014



...Ouvem-se só as cigarras e o vento a inquietar as folhas, um chocalhar ao longe e a conversa dos cães no fundo, corre uma brisa do lado de fora da manta. O silêncio aqui traz paz, ainda que esteja cheio de ausências. No céu não há estrelas que os olhos alcancem, só um tapete de nuvens que as estrelas pisam lá em cima. Fico-me aqui parada à espera das respostas que estão em mim, são as únicas que podemos ter, são as únicas que são resposta. Por muito que se procurem respostas nos livros, em tudo o que vemos e ouvimos, as únicas respostas para nós estão encerradas dentro de nós. Só às vezes não as queremos, só as vezes nos duvidamos, e isso também são respostas. De que estamos sempre inacabados. Que o tempo corre e ninguém fica imóvel e inalterado. Que  o tempo nos traz incertezas e perguntas, porque estamos sempre a crescer, porque há sempre o desconhecido amanhã, daqui a bocado, agora. Só podemos continuar a crescer enquanto houver desconhecido e perguntas e a tentativa de buscar respostas. 
E eu tenho tantas perguntas... É vários medos para cada uma.

1 comentário:

Anónimo disse...

Boa noite Eva.