...já eu, pelo menos, sei o que ler. Graças a um blog chamado, Eva com a maça, fiquei a saber ter existido um senhor, Mario Benedetti, que escrevia coisas com as quais me identifico tanto, sei isto, porque a blogger tem a generosidade de postar aqui muitas dessas preciosidades e então, finalmente e já algumas outras leituras depois, estou a ler "Obrigada pelo lume" e a gostar muito. Também vou querer ler "A trégua".
:)) Que bom chegar aqui ao fim dum dia como o de hoje, e ver aqui um comentário destes... é nestas alturas em que me dou razão por não conseguir acabar com o blog duma vez. Com a blogosfera descobri muitas coisas boas para ler, gente anónima que escreve muitíssimo bem, pessoas que adoro ler, e também que me apresentam novos autores para ler. Saber que também eu tenho uma migalhinha de contribuição disso, em quem tem a paciência de me ler, é muito bom, e dá mais uma razão de ser deste meu cantinho (mais muro das lamentações que outra coisa, devo confessar..). De facto Mario Benedetti descobri por acaso na net primeiro pela poesia e em espanhol, depois procurei mais, algumas traduções (embora na poesia a tradução leva tanto...), e descobri esses dois romances: "Obrigada pelo Lume", e "A Trégua". O Obrigada pelo Lume, é, para mim, bastante melhor. OU eu gostei mais, pronto :) Tenho já os trechos de "A Trégua" seleccionados e transcritos para rascunho, mas talvez porque há ali partes que me mexem em feridas demasiado abertas tenho evitado debruçar-me sobre o Mario, mas hoje à noite Filipa hei-de pôr aqui mais um bocadinho, mas não são tão bonitos como os do outro livro, mas ainda assim dão que pensar. :))
Obrigada, Filipa, por este comentário que me fez ganhar no fim, o início de dia :))
Eva, sei que este blog funciona também como desabafo, já aqui me disseste uma vez e mesmo que não tivesses dito, percebe-se :). Todas as vezes que digo o quanto gosto de ler o que escreves, sinto-me egoísta, porque escreves sobre coisas que te magoam e eu, acabo por estar a dizer que gosto de pedaços de catarse de sofrimento teu. Mas acontece que escreves mesmo, mesmo, muito bem, o conteúdo pode ser por vezes triste, mas a escrita é maravilhosa. Tu tratas superiormente as palavras, fazes arte com elas. Mesmo quando leio os teus comentários (vi agora alguns no Talqualmenteoutro)não costumo encontrar-te a comentar e tenho pena que não comentes mais pelos sítios onde andas, porque marcas logo a diferença. Este teu espaço é, pelo menos para mim, uma das preciosidades da bloga. Se ter um blog tivesse deixado de fazer sentido para ti, fosse mais penoso que agradável, não haveria razão para continuar, agora se até dizes que não consegues acabar com ele, é porque ainda faz sentido, não é?. Não deixes de escrever, se te faz bem. Eu continuarei deste lado, com todo o gosto, tal como muitas outras pessoas, tenho a certeza e a torcer por ti, pelo menos para que chegue a bonança. Se pude contribuir para algo de bom no teu dia,fico feliz,mesmo. Beijinhos e até já Eva.
Pois... Percebe-se que é um desabafo só, mas nem sempre foi assim, o que sempre foi foi o meu por dentro, seja ele alegre e tontinho, com esperança no amanhã, ou sem sequer acreditar que haverá amanhã. Como agora. Desde que este blogue começou perdi várias pessoas na minha vida, umas morreram em mim (todas as formas boas de se existir em alguem) outras morreram-me (literalmente, e literalmente demasiadas e que literalmente tanto me faltam...) outras perdi-as, e com elas perdi-me de mim. Este blog tem essa grande função de me lembrar de tudo isto como um diário de bordo duma viagem que a alma tem levado ainda que a vida não a leve a sítio nenhum... Mas uma viagem que revisito, embora faltem aqui muitos posts que ocultei por razões que ainda estou para perceber... É tonto proteger quem nos ataca, mas até isso eu sou, tonta. :) Agora estes comentários dão um alento e uma perspectiva diferente :) e são tão bons!! Sim, ajudaste o meu dia - tanto!- essa generosidade faz-me crer na humanidade :). Outra vez, ainda. Mas é verdade que saio pouco deste cantinho, leio muitos mas comento muito poucos, acho que tenho pouco a acrescentar, uma ou outra vez lá me surge alguma coisa para dizer que não me envergonhe muito ;) e que possa ter algum interesse partilhar. Mas vou partilhar aqui a resposta do Xilre (no seu blog "Xilre") a um comentário meu que me fez muito sentido, e que tem a ver com o que dizes no comentário "Diria Sidharta Gautama que o sofrimento é um dado adquirido. A chave é como o aceitamos -- e o acarinhamos." estranhamente, talvez o que eu escrevo seja uma forma de acarinhar, senão o sofrimento, pelo menos a tristeza. De a desfiar costurando palavras :) Um grande beijinho, Filipa
4 comentários:
...já eu, pelo menos, sei o que ler. Graças a um blog chamado, Eva com a maça, fiquei a saber ter existido um senhor, Mario Benedetti, que escrevia coisas com as quais me identifico tanto, sei isto, porque a blogger tem a generosidade de postar aqui muitas dessas preciosidades e então, finalmente e já algumas outras leituras depois, estou a ler "Obrigada pelo lume" e a gostar muito. Também vou querer ler "A trégua".
Olá Eva!:)
:))
Que bom chegar aqui ao fim dum dia como o de hoje, e ver aqui um comentário destes... é nestas alturas em que me dou razão por não conseguir acabar com o blog duma vez.
Com a blogosfera descobri muitas coisas boas para ler, gente anónima que escreve muitíssimo bem, pessoas que adoro ler, e também que me apresentam novos autores para ler. Saber que também eu tenho uma migalhinha de contribuição disso, em quem tem a paciência de me ler, é muito bom, e dá mais uma razão de ser deste meu cantinho (mais muro das lamentações que outra coisa, devo confessar..).
De facto Mario Benedetti descobri por acaso na net primeiro pela poesia e em espanhol, depois procurei mais, algumas traduções (embora na poesia a tradução leva tanto...), e descobri esses dois romances: "Obrigada pelo Lume", e "A Trégua". O Obrigada pelo Lume, é, para mim, bastante melhor. OU eu gostei mais, pronto :)
Tenho já os trechos de "A Trégua" seleccionados e transcritos para rascunho, mas talvez porque há ali partes que me mexem em feridas demasiado abertas tenho evitado debruçar-me sobre o Mario, mas hoje à noite Filipa hei-de pôr aqui mais um bocadinho, mas não são tão bonitos como os do outro livro, mas ainda assim dão que pensar. :))
Obrigada, Filipa, por este comentário que me fez ganhar no fim, o início de dia :))
Beijinho
Eva, sei que este blog funciona também como desabafo, já aqui me disseste uma vez e mesmo que não tivesses dito, percebe-se :). Todas as vezes que digo o quanto gosto de ler o que escreves, sinto-me egoísta, porque escreves sobre coisas que te magoam e eu, acabo por estar a dizer que gosto de pedaços de catarse de sofrimento teu. Mas acontece que escreves mesmo, mesmo, muito bem, o conteúdo pode ser por vezes triste, mas a escrita é maravilhosa. Tu tratas superiormente as palavras, fazes arte com elas. Mesmo quando leio os teus comentários (vi agora alguns no Talqualmenteoutro)não costumo encontrar-te a comentar e tenho pena que não comentes mais pelos sítios onde andas, porque marcas logo a diferença. Este teu espaço é, pelo menos para mim, uma das preciosidades da bloga. Se ter um blog tivesse deixado de fazer sentido para ti, fosse mais penoso que agradável, não haveria razão para continuar, agora se até dizes que não consegues acabar com ele, é porque ainda faz sentido, não é?. Não deixes de escrever, se te faz bem. Eu continuarei deste lado, com todo o gosto, tal como muitas outras pessoas, tenho a certeza e a torcer por ti, pelo menos para que chegue a bonança.
Se pude contribuir para algo de bom no teu dia,fico feliz,mesmo.
Beijinhos e até já Eva.
Pois... Percebe-se que é um desabafo só, mas nem sempre foi assim, o que sempre foi foi o meu por dentro, seja ele alegre e tontinho, com esperança no amanhã, ou sem sequer acreditar que haverá amanhã. Como agora.
Desde que este blogue começou perdi várias pessoas na minha vida, umas morreram em mim (todas as formas boas de se existir em alguem) outras morreram-me (literalmente, e literalmente demasiadas e que literalmente tanto me faltam...) outras perdi-as, e com elas perdi-me de mim. Este blog tem essa grande função de me lembrar de tudo isto como um diário de bordo duma viagem que a alma tem levado ainda que a vida não a leve a sítio nenhum... Mas uma viagem que revisito, embora faltem aqui muitos posts que ocultei por razões que ainda estou para perceber... É tonto proteger quem nos ataca, mas até isso eu sou, tonta. :)
Agora estes comentários dão um alento e uma perspectiva diferente :) e são tão bons!! Sim, ajudaste o meu dia - tanto!- essa generosidade faz-me crer na humanidade :). Outra vez, ainda. Mas é verdade que saio pouco deste cantinho, leio muitos mas comento muito poucos, acho que tenho pouco a acrescentar, uma ou outra vez lá me surge alguma coisa para dizer que não me envergonhe muito ;) e que possa ter algum interesse partilhar.
Mas vou partilhar aqui a resposta do Xilre (no seu blog "Xilre") a um comentário meu que me fez muito sentido, e que tem a ver com o que dizes no comentário "Diria Sidharta Gautama que o sofrimento é um dado adquirido. A chave é como o aceitamos -- e o acarinhamos." estranhamente, talvez o que eu escrevo seja uma forma de acarinhar, senão o sofrimento, pelo menos a tristeza. De a desfiar costurando palavras :)
Um grande beijinho, Filipa
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