Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

16 junho 2015

Cheguei, não estava a perceber nada. Falo contigo sempre num pressuposto, nem me passava pela ideia que fosse diferente. Viro-me para a janela, de costas para ti, abres a janela e atiras uma coisa que trazias lá para fora, para se perder no tempo e no espaço. Abraças-me por trás, de alma nua, enches-me o pescoço de beijos, viro-me para ti com cara de parva, incrédula, cheia de perguntas nos olhos, nas palavras que não me saíam, tu riste-te como já não te oiço rir há muito - com a calma da confiança de que não se duvida. Abraças-me mais do que me beijas, em "beijos pequeninos mas fatais", pelo pescoço, ombros, cara, o que te aparecia à frente, e sempre a sorrir dizes "eu gosto muito da pessoa com quem escolhi ficar". E eu acordo. E não sei que raio perceber desta frase... Mas estávamos felizes. Estranho, muito estranho. Agora convém ir tratar da vida que este sonho já está arrumado, escrito e engavetado. Até porque o que sempre me ocorria quando diziam que gostavam muito, é que gostar muito, eu gosto do meu cão...

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