Se a pele guarda o sol em cor e calor, dias depois de o ter, por que é que do amor que se teve só fica o frio? E esse frio tão duro às vezes parece que nos aquece enquanto nos magoa... Porquê?
E porque é que continuo a ter perguntas e a escrever, se de nada vale? Se nunca valeu. As palavras para mim hoje nada valem, nem tem a ver com a voz que lhes dá vida, estão apenas completamente desacreditadas, venham de onde vierem... E, ainda assim, as minhas palavras, as que me segredo e desfio sem fio que as conduza, são a minha melhor companhia: a mais solitária, mas a menos só. E as únicas em que acredito. Talvez só se consiga acreditar no que não nos deixa sentir sós. Ainda que nem sempre se deva.
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