Eva me chamaste
Fizeste das minhas costas o teu piano
Dos teus desenhos as minhas curvas
Da minha boca a tua maçã
Dos meus olhos o teu mar
Do meu mundo os teus braços
(...)
Fizeste das minhas costas o teu piano
Dos teus desenhos as minhas curvas
Da minha boca a tua maçã
Dos meus olhos o teu mar
Do meu mundo os teus braços
(...)
30 junho 2014
Há cheiros com efeitos colaterais. Hoje entrei em casa dos meus pais e sem saber como as lágrimas caíam-me sem pedir licença. Há cheiros que nos desfazem as armaduras, que nos fazem cair despedaçados em nós mesmos. Tornamo-nos o cesto de papéis amarrarrotados que a vida amarrota e salga e que vamos tentando, um a um, recuperar, alisar e refazer-nos no caos. Já tentaram desamarrotar um papel? Nunca volta à forma original, cada vinco fica marcado, mas as lágrimas correm, salgam a pele e desaparecem, como se nunca tivessem sido. Os cheiros, os cheiros esses, ficam na memória e não amarrotam, há coisas que não passam. Nós somos o que não passa, somos a nossa memória e o que queremos ser.
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2 comentários:
Ouvi esta música no meio de pequenos desesperos silenciosos.
Lembrei-me de ti, Eva.
És música és tu, na minha visão.
You are an amazing woman!
https://www.youtube.com/watch?v=Q3VjaCy5gck
:)
só tu... pena que sejas só tu e poucas mais pessoas a achar-me "amazing woman"...
...e a música não a consigo ouvir aqui, mas o título, sim, sou eu.
Não conseguimos fazer com que nos amem, nem deixar de amar quem não queríamos amar assim... é a vida. São os papeis que a vida vai amarrotando, e nós vamos ficando vincados, mesmo que se disfarce, mesmo que as lágrimas sequem e se tornem tuas cúmplices anónimas...
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