Eu e o Cortazar a meus pés enquanto fumo um cigarro e oiço chover. De volta ao cadeirão e à manta. No outro dia a experimentar umas aplicações novas de fotografia dei por mim a brincar com fotos minhas que ia tirando sem luz que não das velas que estavam acesas, e ponho-me a olhar e a pensar que raio de esquizofrenia será a minha de olhar as fotos e não me reconhecer, a sensação estranha de ver por fora o que os outros vêem, e chegar à conclusão que nao me reconheço muito na minha cara, à excepção dos olhos que me parecem familiares do que sinto por dentro do que forra o que por fora me parece estrangeiro. E isso é estranho. E hoje duma dessas fotos diziam-me "olhar doce, profundo e tranquilo". E eu fiquei a pensar nisso. Qual é a parte estrangeira de mim? O que se vê e não se vê. Como se vê o que não se vê? Quem aqui me lê, sem se me ver mas sabendo-me mais do que qualquer fotografia do meu focinho pode dar a saber, como me verá? E eu como me vejo, que quando me vejo não me pareço eu mas também não sei como deveria parecer para me parecer eu? Se calhar assim? O olhar sim, é a ligação de vários mundos que me fazem, que me habitam, ou eu a eles, isso reconheço como meu, o resto não sei, é estranho. Será uma esquizofrenia como outra qualquer.
E agora chove. Bem
19 comentários:
A parte estrangeira é o tranquilo do olhar. Um ser com tantas dúvidas nunca pode ser muito tranquilo. A não ser que...
Será? Será essa a parte estrangeira, não sei...
E o não ser que... É o quê?
Talvez a tranquilidade venha de aceitar as dúvidas como fazendo parte do mundo que cada um é.
A nao ser que quem tenha feito esse comentário a conheça muito bem ou pelo contrario só viu a forra.
Não, nada bem mesmo. Por isso fiquei a pensar no que se vê ou não se vê.
O Cortazar é mesmo bom caramba!
Conhece? Já leu? É bom, é.
Nao li mas ja percebi que sim,
E concluiu isso porquê?
Porque o que aqui transcreveu me tocou de algum modo.
E de que modo, pode-se saber?
E de que post? Do anterior a este ou o outro mais para trás?
Do anterior.
E porquê? Tocou-o como em quê?
Vê pura inquietação de alma, qual tranquila qual que.
Não é inquietação é a tranquilidade da curiosidade!!!!
Ahahah gostei
Ooooo pois sim, diz essas coisas que "o tocam" mas nem sabe porquê, se é que é verdade, e depois faz-se mula... Ta certo
Pois, mula sem cabeca
É exacto, não quer dizer não diga, não havia mesmo nada a dizer, cheira-me....
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