Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

11 dezembro 2009

A razão de ser

Este blog será talvez o primeiro passo duma nova vida, duma nova fase, que não será boa nem fácil, donde vão nascer muitos textos, que agora decidi, sob o escudo do anonimato, partilhar com quem quiser ou tiver paciência de me ler... todos os fins são recomeços, são novas oportunidades de lutar pela nossa felicidade... luta que nem sempre ganharemos, mas que também não perderemos sempre. Há que arriscar... há que ter ganas de trincar a maçã... e ver o que nos espera, o que a tentação de querer mais nos devolve... a beleza desta vida é mesmo essa... o amanhã é sempre uma surpresa... não há certezas de nada... às vezes nem do que verdadeiramente queremos, mas se tivermos certeza do que não queremos já é um passo...o resto vamos fazendo um dia após o outro, procurando fazer sempre diferente e fazendo deles o melhor que podemos, sentindo tudo o que há para sentir... porque afinal a vida resume-se apenas ao que sentimos e ao que fazemos sentir... fugir de sentir é sobreviver. E há que sentir tudo... paixão, amor, amizade alegria, êxtase, angústia, desespero, solidão, mágoa, dor... até tudo se esgotar e nos esgotar para renascermos mais fortes, melhores, com mais medos, com menos certezas... mas muito mais completos...
A razão de ser deste blog é esta mesmo: viver tudo, tudo com intensidade, e escrever, porque isso está em mim e faz parte de como eu sinto as coisas, como as descodifico, como as penso, como as assimilo e como me entendo até...

Quando a porta bater

Eva me chamaste
Fizeste das minhas costas o teu piano
Dos teus desenhos as minhas curvas
Da minha boca a tua maçã
Dos meus olhos o teu mar
Do meu mundo os teus braços
Decalquei na memória os sons
Gravei no pensamento as imagens
Impregnei-me de nós por todos os poros
Quando a porta bater levas-me contigo
Sem saber
Levas os dedos do meu piano
Levas as curvas do meu desenho
Levas a minha maçã na tua boca
Levas o meu mar nos teus olhos
Levas o calor dos nossos braços fechados
Quando a porta bater… só.