Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

12 abril 2013


(...)
Resta esse constante esforço para caminhar dentro do labirinto
Esse eterno levantar-se depois de cada queda
Essa busca de equilíbrio no fio da navalha
Essa terrível coragem diante do grande medo, 
e esse medo infantil de ter pequenas coragens.

Vinicius de Moraes



[a coragem face a grandes terrores,que aparece sem avisar, invade-nos, toma-nos as atitudes e acordamos depois como se tivessemos hibernado num canto de nós enquanto alguma alma superior tomou conta de nós e das ocorrências. Nunca sabemos como tivemos coragem. E o medo que nos afugenta as pequenas coragens que nos mudam as miudezas da vida, ou que não nos deixam mudar nada, tal o medo das pequenas mudanças que podemos contornar e acomodar como se não mudássemos nada: e quando vamos a ver nada está na mesma, mas nada foi consciente e fruto duma qualquer decisão; é uma verdade que nos vai conquistando como quem invade o quintal do vizinho: pela calada e de mansinho. Estas miudezas de coragem parecem aterrorizar mais do que o terror de viver sem vida nenhuma. O cair uma e outra vez na desilusão. Não ter outro remédio senão levantarmo-nos para mais umas chapadas: é uma questão de tempo, e cada vez que nos levantamos sabemos que voltaremos a cair, e levantamo-nos para continuar a circular o labirinto, sem nunca perceber que o labirinto somos nós.]
Parece que hoje há sol...vamos dar um passeio??
Levas-me no bolso?
Eu não peso, não faço barulho e ainda te aqueço...
Leva-me, anda, quero ir no teu bolso, já que não te caibo no coração.
Bom Dia!