Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

09 maio 2010

segmento de recta

Há muitas teorias para as relações, aliás o mais fácil é mesmo teorizar, porque na verdade, acho que as que correm bem devem ter tanto de aleatório e de bom, como ganhar o euromilhões. Mas dei por mim a pensar que construir uma relação não é muito diferente dum segmento de recta, sendo que os dois pontos extremos representam, cada um, o nosso eu. Assim, a relação consiste em unir estes dois extremos, estes dois individuos, e este caminho pode ser feito de muitas e variadas maneiras, pode-se começar num extremo e percorrer todo o caminho até ao outro ponto. Aqui só um é que trabalha, e o outro espera que tudo corra bem. Só. Depois temos a hipotese de os dois iniciarem o caminho em direcção ao outro e encontrarem-se algures no meio. Isto é bom. E é bonito. Os dois fazem um esforço, os dois procuram encontrar-se, e fazer a sua parte do caminho. O que me parece mesmo muito utópico é achar que se encontram no meio. Há sempre um que anda mais que o outro, há sempre um que faz mais pelos dois, há sempre um que quer mais, e há sempre um que acaba por se cansar mais. A unica grande diferença para o segmento de recta é que nunca é feito pelo caminho mais curto, nunca é uma recta. Nem perto disso.