Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

22 abril 2015

...Tá!
'tou indo amô...
já, já, estou aí...
ehehehhehehe

Bom Dia!!!

(foto @ksenyeah)

(...)

Há noites que nos levam para onde
o fantasma de nós fica mais perto:
e é sempre a nossa voz que nos responde
e só o nosso nome estava certo.

Natália Correia

[fecho tudo antes de fechar os olhos, abro a escuridão, deixo-me vaguear nela, navegar a sua presença densa que me acaricia o momento. Olho para dentro e descubro que quero escrever mas não quero falar, não quero dizer do que vejo. Fecho-me em gavetas desarrumadas, abro-me em luzes que procuro. Não quero falar de dentro das gavetas; penso em tudo o que tenho de fazer, tudo o que trago por fazer, penso em toda a correria que não pára e que me apetece até acelerar. Penso numa coisa a seguir à outra à espera de ser feita, o tempo ocupado a voar - este mês, o próximo, e depois a vontade de sair daqui, de me deixar descansar sozinha onde possa respirar, respirar-me, onde sinta vida contagiar-me de fora para dentro. Parar, depois da azáfama, do cansaço que inunda o corpo e quase o afoga, mas em que se respira fundo e com vontade. Penso que nesta maré turbulenta e tão violenta, ainda assim, entre o ir e vir duma onda e outra, há aquela pausa, aquele momento vazio, entre o inspirar e o expirar, em que num instante milímetrico, cabe a eternidade do que não se viveu. E estranhamente, aparece conjugada no passado, finito e terminado, em memórias do que vivemos. Quase como projectar numa tela em branco um filme queimado.]