Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

13 julho 2014

...realmente!!
Olha, toma e embrulha, porque na verdade é mesmo isto, 
se uma pessoa faz mas não quer, não serve, não dá. 

..hum hum
a minha deve ser daquela arte moderna que ninguém entende, só o autor e mesmo assim... por muito que explique o significado escondido, obscuro, e profundo, a reacção natural de alguém normal é cara de parvo. muito parvo mesmo.
Que é a minha todos os dias da minha vida quando penso nela, na vida.


...dispensava os balões.
...e a bicicleta, vá.
o resto queria tudo.
Bom Dia!

É engraçado estar agora aqui a ver o dia entrar com pezinhos de lã pela janela, com esta luz cinzenta que vi tantas vezes neste mesmo sofá, enroscada em alguém, ou só encostada, ou só sentada neste mesmo sítio, mas a conversar com alguém ao mesmo tempo que deixava as mãos passear pela pele, a minha ou a dele, se é que na altura não eram, para mim, uma mesma pele. E agora também aqui estou, a fumar o último cigarro ao fim de horas de filmes, e afinal dantes também eram filmes; filmes que fazia na minha cabeça com realização a cargo da alma, essa que não sei onde pára, perdeu-se da pele na pele que agora é uma só, e onde não passeiam mãos e não há conversa. Só eu e o dia a nascer ao fim de uma noite só. Só uma coisa nunca muda, continuo a ir sozinha para a cama dormir, ou tentar.
Bom dia.
III
Colada à tua boca a minha desordem.
O meu vasto querer.
O incompossível se fazendo ordem.
Colada à tua boca, mas descomedida
Árdua
Construtor de ilusões examino-te sôfrega
Como se fosses morrer colado à minha boca.
Como se fosse nascer
E tu fosses o dia magnânimo
Eu te sorvo extremada à luz do amanhecer.
(...)

Hilda Hilst

Boa Noite, de lua sôfrega...