Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

01 novembro 2014

Os entardeceres voltam a ter cores, ou quase. 
Foi isto que dei por mim a pensar há umas horas atrás na minha varanda, quando o sol tocava os telhados das casas num laranja quente, que se espalhava pelo céu, cor que gosto de trazer para dentro de casa, de a ver projectada nas paredes, aquece-me a alma e a esperança nos dias por vir. E ainda assim sei o frio que aí vem, sinto-o já nos ossos como um relógio que não se atrasa, sei dos entardeceres que quebram gelada a espinha, o céu claro, mas gélido - o azul que é só vazio. Os entardeceres que não chegam a ser fim de dia, fim de nada, dias que não chegam a ver a luz dum dia de vida. Vida que se viva, que se sinta, que nos faça sentir bem o dia, e que faz o azul sorrir num laranja apaixonado, quente, rente ao horizonte que tocamos a brincar com a ponta do dedo. 

... Também me pergunto. 
Todos os dias.
E tu?

Bom dia