Acabada de pintar as unhas, com os dedos espetados como se isso evitasse algum desastre, tenta-se pensar no resto do dia com cores boas, relembra-se a conversa com primo ao telefone e entendemos que não se pode entender porque gostam de nós, ou porque gostamos de alguém, mas sabemos que relembrá-los, ou algo deles, nos faz o sorriso de dentro espelhar-se num sorriso para fora. Com tudo isto tenta-se afastar os fantasmas a quem queremos virar a cara e meter ordem de despejo da alma. Moram mas não habitam.
Entretanto penso se pinto os pés também. As unhas, bem entendido, se bem que com o meu jeitinho se calhar é mesmo mais os pés...