Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

18 setembro 2010

Não sei que pense mas pergunto-me o que pensará, se pensará. Estou numa confusão só, donde não estou a conseguir sair, perco-me em labirintos de pensamentos, fórmulas para tentar perceber o que não vejo, ao mesmo tempo que me tento convencer que nada há para pensar, nada há para ver, senão o que está à frente dos olhos: nada. Muitas vezes o caminho mais curto, mais direito é o mais certo, andar em círculos labirinticos passa o tempo mas não o resolve. E tempo é coisa que já passou o suficiente para se ver alguma coisa, ou há ou não há. Quando muito tem que se pensar é porque a falha é no sentir, tão simples quanto isso. Quando se sente mesmo, sabe-se, olha-se para dentro e as respostas estão lá para as vermos e assumirmos, nem que apenas para nós mesmos. Ainda que muitas vezes seja preciso coragem para ver para dentro e assumir o que se vê, porque não é cómodo, dói sabermo-nos no estado em que nos vemos quando para isso temos coragem. É tão mais fácil não nos virarmos do avesso, olhar só para fora e apenas o de fora interessar, apenas o mundo dos outros nos reger, como que nos desresponsabilizando de nós próprios, e deixando-nos caminhar pelos dias sem viver, sobrevivendo uma vida que não é nossa.