"Isto foi o que vi em ti. E tu? O que viste tu em mim? Que magia fez com que nos amássemos? Que poderosa vibração nos atirou para a temerária fronteira onde descansam os deportados da terra onde se não pode amar demais, onde se não crê na possibilidade de amar excessiva, insanamente. Lembras-te? Lembras-te de te ter dito que não há outro modo de gostar que não seja este, desabrido, e que não acredito que ao resto se possa chamar amor? Que só ama quem gosta à maneira antiga, fora de moda; os que escrevem cartas, os que cultivam olheiras, os que sofrem loucamente e são capazes de morrer de amor. Tu sorrias."
(...)
"E o teu braço puxou-me para ti e o beijo que estendias não era já só um beijo, mas um corpo uno - os nossos dois corpos enovelados."
in O Amor é para os parvos, Manuel Jorge Marmelo