Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

11 dezembro 2014

Ainda não acendi a lareira este ano, coisa estranha em mim, muito estranha, porque adoro a luz da lareira, da nostalgia que nos aquece, das memórias que ainda queimam. E ainda não é hoje. Não ainda. Hoje são meias grossas até aos joelhos, um camisolao quente e uma manta para me embrulhar. Uma manta que me cobre e tanto me descobre... Os olhos a poisarem no par que me acompanha: um chá e um livro. Um  chá bem doce e morno, embrulhado numa caneca baptizada com uma frase que gostei mal bati os olhos. Por isso a escolhi. E o livro, o livro para ler e parar de ler para pensar no que se lê, e tantas vezes a reler e voltar a ler até me fazer sentido, porque não se entende à primeira, ou eu não. E depois moer e remoer ideias, mastigar e restar algo que me acrescente. É sempre para isso que acordamos: para nos acrescentarmos mais alguma coisa que não apenas um dia.

(Eu até podia dizer "Bom dia", mas é um bocado tarde, né?)