Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

20 outubro 2015



meio comédia,
meio tragédia

alegria toda,
dor inteira.

transbordante do que sinto sem conter,
trancando dentro, contido, tudo por sentir

Palavras escritas
guardam o que recusaram dizer

Olhos que se fecham para ver aberta a cor da alma
De quem só respira de peito aberto

Olhar que devora tudo
Olhares que me entregam toda

Dúvidas que me consomem
Da certeza consumida.


Bom Dia
"- Tenho medo de não regressar. Não regressar de ti."

Mia Couto, in Venenos de Deus, Remédios do Diabo

Recuperado dum post de maio do ano passado, que revisitei agora, donde ainda não regressei.
Já estive quase a dormir no sofá, já estive na cama e o sono resolveu esconder-se, o que me apareceu na cabeça foi este post, este post antigo com esta frase que não me largava. Lembrei-me dela esta noite quando respondia a um comentário, esperou que me deitasse para não me deixar dormir. Agora estou na varanda, não há sono nem frio, estou muito bem, só não sei se regressei do sítio onde nunca estive.

[espero que agora, esvaziada desta frase, o sono regresse...]