Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

24 maio 2015

... Depois da ronha, do acordar, levantar, comer e voltar a dormir, da preguiça que se estende pela manhã até o dia começar a entrar-nos nas veias e nos pensamentos, depois de nos dedicarmos a arrumações de mudança de estação, tomamos um banho sem horas, fazemos tudo sem horas, a não ser as da fome. Vestimos uma t-shirt e umas calças de ganga e vamos aproveitar o resto do sol numa esplanada, enquanto acabamos o livro que vamos ter pena de acabar. Não posso ler estes livros, e são os que leio mais rápido e que mais gosto, dão a dimensão e profundidade da alma, e a certeza inequívoca de que a alma existe na grandiosidade de sentir. Há livros que já não devia ler, fazem-me crer que se pode acreditar na raça humana e no que temos de melhor e mais extraordinário - o amor.

Bom dia.
Ver a cidade acender (*)
A veracidade acesa,
Que apaga a noite em mim
Tudo de ti em mim acendendo.
E as luzes no horizonte 
De mim são poucas,
São direcção sem norte,
Sinais sem vida
Existências à sorte.
Imagens de ti
Velam várias mortes,
E são tudo o que sinto
Acender vida em mim.
Com as mãos escrevo
E apago pensamentos.
Com as mãos 
Acendo  um cigarro
Que me te apaga.

(*) da música que tocava na altura e que serviu de mote