Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

23 maio 2010

Nunca me senti assim... nunca me senti tão completa, tão viva, tão feliz e ao mesmo tempo tão infeliz, tão sem esperança de poder, de conseguir viver plenamente o que sinto... e isto parece-me tão cruel... como é possivel que sinta e veja coisas que me são vedadas? que eu não posso viver condignamente?... e começa a ser tão pouco, a saber-me a tão pouco o tanto que tenho e sinto... na verdade nunca estive assim... mas começa a não chegar, começo a sentir-me aprisionada nos movimentos, no tamanho dos sonhos, preciso de mais espaço para poder dar mais passos, de viver mais, de usufruir mais esta coisa fantástica que encontrei em mim e que bebo dele, este gostar tão lindo, tão incondicional, tão natural e tão forte... ele diz que tenho uns olhos lindos, mas não percebe, não vê, que só são lindos desde que começou a olhar para eles, que é ele que os faz lindos, e eu sinto isso, sinto o meu olhar tão diferente quando olho para ele, sinto o meu olhar feliz, completo, como se nada me faltasse, como se ele me bastasse para pôr a felicidade nos meus olhos, e eu não a vejo, mas sinto-a e sinto que ele a vê no meu olhar. Mas eu não consigo desvendar o seu olhar... não consigo ver além do carinho e da ternura que bebo deles, não consigo ver os seus sonhos, se os sonha, se me sonha, se os meus olhos vão no seu olhar quando se despede, quando se afasta de mim, ficando sempre em mim e em tudo em que o meu olhar poisa...