Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

12 maio 2010

Dum lado o silêncio do outro não sei o que é, mas vai saindo. Como é que as palavras conjugam tão pouco com os actos? o que fala a verdade? será que há uma verdade? qual será a minha? qual será a dele? será que nestas coisas há verdades, ou só o que aparenta ser a realidade? será que o que eu sinto é apenas a aparência de um sentimento? pode ser... mas então o que é a realidade? que vida é esta que nos inebria pelas aparências? que nos dá o luar mais bonito e corta-nos no comprimento dos braços para o alcançar!! se o alcançassemos veríamos a sua beleza, apercebíamo-nos dela sequer que fosse? sou uma estupida chapada e não aprendo nada, a não ser a desaprender... a desconstruir... sinto-me sem forças... não consigo sequer chorar o que a minha alma grita, berra e esperneia... às vezes... muitas... sinto-me uma fraude, uma fachada ôca... desmoronada por dentro... sem estrutura... e a aparentar a maior solidez... estou um caos e vou piorar... tudo é dificil, e sinto-me tão sozinha que já não sei se estou só, se sou só. Irremediavelmente só. Se calhar não é uma fase, é o meu caminho. Às vezes a solidão é disfarçada... não parece que estou só... mas logo depois parece que nunca deixei de o ser... É tudo tão complicado.... como raio se resolve uma pessoa? como é que eu me resolvo? quero quebrar este enigma da maneira de eu ser... de querer tudo e se calhar não querer nada... querer só querer alguma coisa... alguma coisa que me faça caminhar, acordar, viver e sentir. Estou tão farta disto, da vida estupida de todos os dias, e dos dias que não são todos e são diferentes, e deviam esses sim, ser todos... mas e depois? deixavam de ser bons? apetece-me fugir e ir para um sitio onde não tenha de existir, onde não tenha de pensar, onde não tenha de resolver nada, e onde não tenha de me ver, nem me ouvir... E onde gostem de mim por eu não ser nada... sendo, talvez assim, alguma coisa.