É um trabalho duro, difícil, mas alguém tinha de o fazer...
paciência!!
Não chego para ninguém, ninguém me quer chegar, é assim, é virar-nos do avesso e aprender a estar bem sem ninguém. Ir endurecendo, ir vivendo e sabendo que não precisamos de ninguém para (sobre)viver. Irmo-nos fechando aos poucos, e agradecermos que ninguém nos incomode a tentar abrir a concha em que nos queremos fechar, precisamente para os deixar de fora, para deixar tudo o que possa doer, de fora.
Os dias vão passando e o mundo vai-se fechando sobre nós. Uma carapaça sobre os ossos vai nascendo, argamassa de lágrimas, mágoas e desilusões.
Um dia achamos que estamos bem sozinhos, que já nada nos chega pela concha fechada, nosso refúgio e segurança. E é assim que tem de ser, não vale a pena estar com quem não nos quer verdadeiramente. Se não chego, nem vale a pena partir.
Parto-me em retalhos para me refazer de novo, e para não voltar a tentar, para fechar o mundo para mim, e o meu mundo em mim. Esquecer-me que há uma diferença entre viver e sobreviver.