Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

30 novembro 2014

A tentar absorver o sol com a pele. Tentar despir-me o mundo fechando os olhos. Vestir-me de mais um dia que não me assenta. Pinto o céu de azul à volta das nuvens, apago as estrelas e escondo a lua, atrevidamente fora de horas, com o sol.
Aqui sentada numas escadas que não sobem nem descem, que não levam a lado nenhum, o sol parece não saber nada, e o dia mudo. Percebo que a pele não me chega dentro. E que não me chega. Apenas existo, como o dia que não fala e o sol que não passa além da epiderme. É uma forma de respirar, que não sabe inspirar e não sente expirar.