Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

08 maio 2013


"Apetece-me levar-te a um sítio bonito e foder-te aí. Eu, que te quero inteira e em toda a parte, ou já neste chão. Mas hoje apetece-me embrulhar-te em rendas e veludos e levar-te a um sítio bonito e foder-te aí. É uma questão de respeito, ou antes de apreço. Eu, que te quero inteira nos meus beijos, eu, que quero as tuas unhas cravadas nas minhas costas e as minhas nas tuas, eu, que quero lambuzar a cara toda nos fluidos viscosos da tua cona, eu que me quero enterrar em ti de todas as maneiras e em todos os lugares e fazer-te aumentar a tua tesão por me veres tão teso, respeito-te acima de tudo e de toda a gente. Não sei amar de outra maneira, e por vezes não sei dizer nem fazer as coisas que queria ou que devia nem mostrar-te o quanto és importante para mim.

Acabo às vezes por fazer coisas que não explico e que não sei se entendes, e que não sei se importam. Hoje, apetece-me simplesmente ir vestidos de coisas bonitas a um sítio bonito e fodermo-nos aí."

diz tudo, sem apelo nem agravo, directo, conciso e sempre tão certo. Sem meias palavras nem falsos pudores, há coisas que são mesmo assim, e ainda bem, é bom. Não é por precisar de variar, é para celebrar, consagrar, viver quando apetece: aqui, ali ou aí se, e enquanto, se ama.

Têm sido complicados os últimos dias, ainda que quisesse explicar, não sei se o conseguiria. Sinto-me a definhar por dentro, a apodrecer a alma, a amargar o ser, deixarei de ser quem era, não sei quem serei. Não quero saber, na verdade.
Dou por mim a ver rosas oferecidas a outras mãos e os espinhos cravados por dentro da minha pele. 
Oiço, e volto a ouvir, coisas que me disseram e sinto-me enganada - principalmente, essencialmente, por mim mesma - sinto mentiras em todas as verdades que sentia por dentro, não no que viam os olhos, não no que a razão me gritava, mas no que os olhos viam para dentro, sentiam. Relembro comentários e conversas, filmes emblemáticos, com significados próprios ocultos, que não me deram a conhecer, coisas que não eram nossas, que tinham outras memórias impressas na história, nos comentários; tanta coisa de que eu não fazia parte, percebo agora que o tocavam por razões que eu não adivinhava, eram coisas dele que nunca fui eu, eu nunca fui parte dele, nunca fui eu a tocá-lo, fui o preenchimento de um vazio entre margens do tempo, uma ponte que se foi atravessando, atravessando os dias e as noites, mais nada. E então relembro o rosto dele, a centímetros do meu, o corpo dele colado ao meu, pele com pele, numa pele só, a dizer-me que havia vezes que queria mergulhar em mim: para dentro de mim, correr-me nas veias, habitar-me por dentro, ir para onde eu fosse, cá dentro: fundirmo-nos... como doutra vez que me lembro agora, sem aviso ou previsão, me disse em que havia momentos em que as almas encaixavam tão bem, em silêncio, só encostados, que parecíamos perfeitos. Pré-feitos um para o outro digo eu, que era o que me parecia a mim. Tudo isso, tudo isso... dizia, falava a pensar em alguém que não eu, eu apenas ouvia, eu estava sempre lá para ouvir... era eu que o ouvia, e por o sentir, por sentir exactamente o que me dizia - ainda que eu o guardasse por dentro da boca nos beijos que lhe dava - acreditava que podia sentir, que era verdade, que podia ser verdade. 
Não era, não foi, não é. 
A verdade das verdades sentia eu, sinto eu, ele tinha mentira na minha única verdade, a verdade única que me mantinha, que me nutria, que me importava, mas que era, afinal, só minha. 
Como a culpa, a culpa é só minha. 
Acreditei no que sentia que sentiam.
Acreditei que sentiam o que sentia.
Vi-me ao espelho nele, e em mim viam outra pessoa.

E depois de um dia de merd@, uma noite que em nada destoou do dia, uma pessoa vem trabalhar e tem uma reunião com um cliente (antigo), que a meio dum argumento, sai-se com um "tão bonita!!"- que obviamente é golpe baixo para desarmar uma mulher (que corou logo, pois claro, e que fica, aí sim ,sem resposta), em que se sabe que não é verdade, que anda com uma cara que mete medo a qualquer um, e que o elogio é só para nos tentar levar (obviamente!!), mas ainda assim, faz corar genuínamente, e sorrir um bocadinho, antes de dizer "oh cale-se lá com isso que não é assim que vai ganhar a discussão!!"; lá continuei a argumentar e a explicar porque tinha razão, como não podia deixar de ser!!
Eheheh
... Uns a darem com os pés com toda a força outros a verem se põem as mãos...
Porque raio não trocam de lugar, bolas!!!
Eu agradecia!
Bom Dia