Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

09 outubro 2015

Faz hoje um ano. Tenho isto guardado nas notas desde 14 de Novembro do ano passado. Fui à procura, tenho coisas nas notas que vou escrevendo e apagando, algumas não chegam a ser nada, outras são pontos de partida para outras coisas que depois escrevo. Este ficou intacto, e hoje, um ano depois de ter perdido mais um que me faz falta, leio isto e o tempo não passou pelas palavras. Nem sequer por aquelas que recordo de ti. Tenho saudades tuas, muitas das nossas conversas, tanto do teu carinho e desmesurada loucura. Lembro-me vezes sem conta daquela tua frase que não me larga "eles nem em bicos dos pés te chegam aos calcanhares", sinto falta deste carinho das entrelinhas, do sentido de protecção escancarado, até do enviesamento que cega a análise de quem gosta, é tão raro ser genuíno...
Porque é que todos os que preciso me vão deixando? Poucos me restam, e de mim sinto restar tão pouco. 
Espero que onde estejas estejas a dar cabo da cabeça ao pessoal, que continues com o teu sentido de humor inteligente e desconcertante, que continues a fazer do mundo música, e música do mundo. Do mundo que agora é teu.