Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

27 setembro 2013



(...) não despertes o que não podes calar.
José Tolentino de Mendonça

...too late... 
mas é um bom conselho.
Há coisas que depois de acordarem nunca voltam a adormecer em nós da mesma maneira. 
Mudam-nos, ou melhor, apuram-nos: trazem-nos mais à tona de nós, ficamos diferentes porque ficamos mais iguais a nós mesmos. 
Mudam-nos, fazendo-nos regressar a nós - e há regressos de que não se regressa. 
Nada volta ao mesmo. Há algo que não mais conseguimos calar em nós depois desse grito ser rasgado de dentro para fora da pele. 
Há amores que, se despertam, não se calam.
Não acordes o que não podes amar.
...too late...
eu sei....
Boa Noite

"Vejo tudo claro e nitidamente, e o que vejo significa desolação e morte, morte perpétua. Há trinta anos que carrego a Cruz ignominiosa, servindo mas não acreditando, trabalhando mas não recebendo salário, descansando mas não conhecendo a paz. Porque hei-de acreditar que tudo mudará subitamente só por a ter, só por amar e ser amado?
Nada mudará, a não ser eu."
Henry Miller, in Sexus

[e isso muda tudo, tudo o que se vê, se sente e se vive.]