Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

25 fevereiro 2012

Estou na sala, os livros à minha frente, e a luz que me entra pelas janelas pinta o ambiente duma cor linda, que me leva sempre até às saudades de ti. Das paredes alaranjadas de final de tarde, da melancolia do dia que se começa a despedir. Sempre as despedidas. As despedidas que não sei despedir, as vontades que não consigo apagar em mim, calar de ti. Apetecia-me que esta pausa que faço fosse para me ir enroscar em ti uns minutos partilhando luz e calor, um lanche a meias, e regresso aos afazeres depois. Esta é a única maneira que tenho de o fazer, pelos ecrãs das máquinas, e não me chega, que eu não sou máquina e não funciona em zeros e uns. Falta-me colo, mimo, pele. Tu perto. O teu pescoço para me pendurar. Mas por muito que queira fico sempre pendurada na solidão de ti.
[E não, está visto que a telepatia não funciona. Nada.]