Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

15 novembro 2014

Há coisas que quanto mais se tenta aprender menos se sabe. 
A espontaneidade, as coisas que se fazem com alma e da alma. Podem ler enciclopédias, citá-las de cor, ir a todas as cidades e melhores museus, nada disso ensina a deixar escapar uma gargalhada de dentro, livre. Ou a roubar um beijo no incerto momento certo nunca esperado, mas que acontece espontaneamente quando temos a alma nos lábios. Quando temos alma. Viva. Espontânea.

O vento corre fora da janela, vai com pressa e alarido. Assusta, assusta-me. Nunca gostei de vento, quando enfurecido leva tudo à frente. Refugio-me no quentinho da cama, faço ronha até não poder mais, até o dia me obrigar a levantar e a acordar. Mas não me apetece. O calor aqui é doce e tranquilo. Só me falta aqui um abraço de quatro braços e pernas e uma só vida. Falta-me. 
Faltas-me. Ainda.

(E acho que agora já são mesmo horas de levantar...)
"Não me dá tesão a espera. não sou dos que acredita que o prazer é tanto maior quanto é mais antecipado. gosto das coisas longas, sim, não sempre lentas, mas longas (excepto aquelas que são momentos roubados no carro, na rua, num elevador ou no escritório de alguém, na casa de banho dos bares – e as outras em que o desejo mútuo é fogo que não admite preliminares). mas alongo-me contigo, não sem ti. não me alongo na espera. tolero-a, como se tolera a vida e os seus factos. mas por minha vontade, estavas aqui e era agora. neste chão."


Do Menino, a falar por mim.

Boa Noite