Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)
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11 novembro 2014

Beijos que falam
Com palavras que não faltam
No silêncio que se ouve 
Por dentro dum beijo que diz tudo

Boa Noite.

04 novembro 2014

... É sempre uma coisa boa para quem puder. Namorar por mensagem pode ser tão bom...
Uma mensagem ao fim do dia, bom ou mau, melhora sempre tudo. É bom quando de repente nos surge a frase certa que sabemos que vai provocar o riso à distância com vontade gargalhada, ou pensar durante o dia a mensagem que se manda ao entardecer para melhorar o dia do outro, para o fazer sentir ao longe o abraço bem perto, ou uma brincadeira meia parva mas que os dois entendem e gostam, que aumenta a fome da presença que não tem distância que faça ausentar. Ainda não sei, não consigo decidir-me e acho que nao preciso nem quero, se é melhor receber ou surpreender o outro, e perceber na resposta que tudo se encaixa, que a cumplicidade está entranhada... o destino da mensagem foi cumprido e o outro está perto. É perto. Mesmo que longe. Mesmo que não esteja.
Não há mensagem certa, há a pessoa certa que sabe à distância fazer nascer um sorriso cheio de ternura, ou uma gargalhada espontânea, ou provocar aquela vontade malandra de não querer esperar para estar perto, agarrar, colar. Pele com pele, sorriso que puxa sorriso, olhar que dá vontade de engolir o outro num beijo. O melhor beijo do mundo.
Isto existe. Tudo isto. Aproveitem. Se puderem.

Boa noite

17 outubro 2014

[foto de Daiga Atvare]

Tocas-me?

(que belas sinfonias os silêncios tocavam se nos tocávamos, sem pautas, sem maestro, na espontaneidade da música dum riso, duma gargalhada, dum olhar traquina de malandro, ou tão profundo de se ler a beijos que engolem a alma.
Agora o silêncio é vazio, remediado com recordações que não se querem. Pautas que nunca foram escritas, mas que se me gravaram na pele, não há maneira de as apagar, queimar, ou dar a alguém que mas toque para fingir que és tu que me tocas.)

Boa Noite

12 outubro 2014

..ora isto é que era uma boa ideia...
económica, ecológica e até bastante lógica!!
Sim senhor!!
Aprovadíssima a ideia!!... se forem os braços certos, claro!
Um dia ainda os encontro...

Boa Noite

13 agosto 2014


“Dançava como um títere, tendo os cordéis dentro dela, atados na alma. Depois tomou-me nos seus braços e, sem pedir, desapegou-me das roupas. De todas as roupas. Colocou-me a outra coroa e convidou-me para dançar com ela, os dois nus. O meu corpo não tinha cordéis na alma, apenas acanhamento; sentia-se vazio de música. Mas ela pegava-me nos braços, endemoninhava-me o corpo, arrastava-me no seu bailado revolto. E ria. Um sorriso que se media a palmos como se mede o diâmetro do mundo, redondo, grávido, imenso. E eu entrei dentro desse sorriso, onde coube nu e sem vergonha. E dancei com ela como dança um louco, como se não houvesse amanhã, como se o hoje fosse pouco. E quando os nossos corpos caíram na cama, despidos e cansados, dormimos como dormem as flores, caídas umas sobre as outras, a partilhar o calor, a dividir o luar. Só quando tudo dormia já, senti que havia música dentro de mim. Finalmente. Música…”

João Morgado

[...lembro-me de dizeres que eu beijava como quem gosta, lembro-me de dizeres que gostavas quando tinha pressa na vontade, quando a força do desejo se notava nos gestos, lembro-me de dizeres que gostavas de tudo em mim e de ficares a olhar para mim a dizer que eu era linda, lembro-me de dizeres que até da minha gargalhada gostavas e de ficares muitas vezes a olhar para a minha boca enquanto falava, lembro-me de a meio duma conversa qualquer me calares com um "adoro-te" ou com aquele "olá" da praxe que faz recomeçar tudo e começar pelo beijo que faltava, lembro-me  de quando me querias desconcertar perguntares-me se hoje já alguém me tinha dito que sou linda, lembro-me de me chamares fera e bruxinha e cobra porque te enrolava nas minhas pernas, mesmo a dormir, lembro-me de dizeres que sabia dançar, que usava cada músculo como queria, lembro-me das conversas à lareira, ou com a porta da varanda aberta a ver o céu que restava para nós, lembro-me de dançar contigo à luz de copos de vinho, sentados no chão enquanto o teu braço nos fazia um só corpo e o balançar era o nosso silêncio a dizer o que as palavras não sabem.
Lembro-me ainda de tanta coisa, tanta coisa onde coubemos sem vergonha e inteiros (ou só eu), como se não houvesse amanhã, porque só havia o agora, e o agora era o nosso mundo, e a música era o silêncio dos olhares que conversavam, e em que as almas que se entendiam.
Quando é que o mundo acabou se ainda há música dentro de mim, mas o agora já era?
...não me lembro... ]

Boa Noite

04 agosto 2014


(...)
una mujer desnuda y en lo oscuro
es una vocación para las manos
para los labios es casi un destino
y para el corazón un despilfarro
una mujer desnuda es un enigma
y siempre es una fiesta descifrarlo

una mujer desnuda y en lo oscuro
genera una luz propia y nos enciende
el cielo raso se convierte en cielo
y es una gloria no ser inocente
una mujer querida o vislumbrada
desbarata por una vez la muerte.

Mario Benedetti

[...uma vocação para as mãos, para os lábios quase um destino, mas não é precisa escuridão...]
Boa Noite

01 agosto 2014

..bom programa.
Precisava disto.
Uma massagem.
Mas de corpo inteiro.
E de me rir.
E de dizer disparates.
E de beijos.
E de festinhas na alma, se alguém o conseguisse.
Quanto cansaço, quantos cansaços, consegue alguém aguentar 
e parecer que se mantém ainda de pé?

Boa Noite

31 julho 2014

Até os beijos selvagens são coisa que me agrada, 
que sinto falta e que nunca precisaram de ser regados, só desregrados.  
Renovam-se, não precisam de estufas, precisam é de vida de desejo, de tesão, de vontade, 
e isso rega tudo, são as chuvas do dia a dia que os mantêm, 
porque querem continuar a existir, a viver, a ser. 
Gosto de coisas selvagens, meio selvagens, vá... pronto
(e havia quem volta e meia me chamasse fera, 
só podia ser daí porque de resto fiquei tão domesticada que dá para dar vergonha...)

Boa Noite, selvagem ou não.

03 julho 2014

...abre os braços, fecha-me num abraço e voamo-nos...
É fácil de tão natural.
Difícil é não voar e esquecer esses abraços que voam.
se calhar impossível... naturalmente.
Contrariar as asas que nos demos faz-nos sobreviver contrariados (ou tentar),
o instinto é viver, o instinto natural é voar quando sentimos asas.
há abraços que sentimos como nossa casa
dão-nos asas sem sair do sítio.
qualquer sítio,
não qualquer abraço.

Boa Noite

12 junho 2014


Mais uma vez a tentar fazer algum sentido de tudo. Comecei de trás para a frente, do mais antigo e fui andando. Já me ri, já me lembrei de coisas que pensava ter esquecido, mas leio a primeira frase e lembro-me do que era, da situação, de muita coisa. Estive a ler os diálogos através dos comentários, as brincadeiras, os subterfúgios das palavras que falavam sempre mais do que se podia ler. E não sei o que aconteceu. Não percebo. Agora parece que lhe pareço amarga, sem brincadeiras, sem doçura, sem nada, e não é verdade, não o sinto verdade. E gosto destee blog, este blog sou eu no que tenho de mais tonto e de mais sentido, de diabinho e de angelical, talvez. O que tenho de Eva afinal. Já não sou Eva? será isso? Deixei de ser, o que mudei? o que mudou em mim? o que mudou neste blog? Parece-se comigo mas é menos eu, é só a parte mais dura, mais dorida, mais magoada de mim. Não quero. Quero acreditar em beijos e em gostar e em mimo e em desejo, e em misturar tudo com gargalhadas e calor doce. 
Boa Noite

13 abril 2014



...Banho de lua.
Luar quase nú.
Alma quase despida.

Boa Noite

07 fevereiro 2014

fico só, sabendo
que todos os objectos têm a
forma do teu corpo, e
todos os sons se reconduzem
à tua voz. não deambulo
pela casa – excessiva de ti – fujo-lhe
na ausência de movimento e
no desejo de ficar absolutamente
só. lembro-me de como não gostas
de me ver chorar.

valter hugo mãe

Boa Noite

04 fevereiro 2014

"(...) Aqui, a olhar para ti, os teus ombros, os teus pés, as tuas mãos.
A ti que te amo porque me olhas nos olhos e és da minha altura. A ti que te amo porque quando damos as mãos é como iguais e a tua mão busca a minha tantas vezes como procuro a tua. A ti que te amo por milhares de razões minúsculas que somadas são maiores que o mundo. 
A ti, que sei que te amo por este facto tão simples que é saber que me apetece ser velho ao teu lado.
E quando te olho adormecida és ao mesmo tempo tudo o que és, princesa e loba, demónio e anjo, senhora dos meus castelos, guerreira indomável e sempre menina em meus braços.
(Murmuro em silêncio palavras antigas que nunca me ouviste, e falo a coisas antigas dos meus braços à tua volta, meu coração atado ao teu, amar-te, honrar-te, proteger-te do mal.) 
É aqui, a olhar para ti, que percebo que a minha respiração se acertou pela tua.
E dou por mim a pensar que nunca ergueria por ti um Taj Mahal. O meu amor, não quero que o recordem, mas sim que o sintas e que o saibas. Noite a noite, dia a dia, beijo a beijo, mão na mão."

Perfeito para dizer o que penso, o que sinto, o que gostaria de saber dizer assim. Como amo e como gostava que me amassem.

Boa Noite

29 janeiro 2014

27 janeiro 2014

"O silêncio é uma outra maneira da palavra viver, 
porque há coisas que não podem ser ditas de outra maneira"

Mia Couto

[Há silêncios que são vida, silêncios cheios de vida. Silêncios que dizem coisas que as palavras não sabem dizer, coisas que se sentem sem palavras, que nos deixam sem palavras. Depois há coisas que dão sentido à vida, que, se se vivem, não se conseguem silenciar. Aí, quando alguém se remete ao silêncio é porque não as vive, não as sente, estão-lhe silenciadas, mudas por dentro do que não existe, trancadas no vácuo de coisa nenhuma. É um silêncio sem vida, é o silêncio que pode até ser falado de todas as maneiras, não dizendo nada, é só vazio, como a vida que não nos fala, como quando não sentimos, não precisamos da voz do outro. A sua ausência não nos fala, e nós nada dizemos. Deixamos vazio o vazio, e silencioso o silêncio que não pode ser dito doutra maneira, senão com a ausência (até das palavras).]

Boa Noite