Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

22 setembro 2010

Ando à procura do que dizer, do que estou a sentir e não encontro, não por falta de sentir, mas por falta de horizonte para o sentir que trago. Falta-me direcção, falta-me vontade de acordar, falta-me razão de ser, falta-me querer outra coisa, falta-me. Quando deixará de me faltar, estando tão aqui como sempre? Deixará de me faltar quando não o encontrar aqui, nas músicas, nas coisas, nos sonhos, nos pensamentos, nos meus sorrisos fugidos de mim, nos suspiros da memória, quando, enfim, já não o encontrar em mim. Quando o tempo me convencer de que nunca saiu de onde está, que nunca saiu de si, que nunca estive em si, como está em mim.