Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

20 novembro 2014



Não sei o que faço aqui, é um facto. Não sei. Mas paro aqui e fico-me comigo. Ponho-me a pensar, a remoer vontades e verdades. Penso que a única coisa que não se controla é a vontade. Nem o próprio controla a vontade que sente, sente e pronto; como tudo o que é sentido, realmente sentido, em modo selvagem e sem filtros da razão, que atrapalha atitudes mas não afasta as vontades. Por muito que se julgue que se controla alguma coisa, a vontade de alguém é incontrolavel, é o instinto mais íntimo a dizer, a gritar-nos, o que quer. Mesmo que tentemos não ouvir, mesmo que tentemos assobiar para o lado a cada dia, os dias não parecem levá-la e não conseguem calá-la. E arranja sempre maneira de respirar por nós e calar-nos os assobios.

.... Que tal este milagre? Vê-se bem?
Começar o dia assim, B
Ou acabá-lo?... Ao dia, pahhh tu não acabes o moço que senão é milagre de pouca dura...
(este nosso português só te digo... é preciso ter muito cuidado com ele ahahahah)

Bom Dia
(Está melhor assim? Menina B?, vamos a animar, sim?)
(...)
Brandamente, por vezes, te desvio
de mim, para melhor, depois, sentir
que és bem tu que eu agarro, acaricio,
bem tu que eu pude, em mim, fundir.
(...)

José Régio

[...agarrar como se a vida me escapasse das mãos, tão bem como guardo as palavras que não digo.]

Boa Noite