Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

21 novembro 2015

Dias que teimam em não querer sair da cama. Nem o sol que entra pela janela nos dá vontade de passar para o lado de lá da janela. Arrasta-se o tempo assim, entre luzes e sombras, silêncios e barulhos longínquos. A preguiça entranha-se até nos segundos lentos que gravam sem pressas sorrisos que ninguém vê, doçuras que se guardam por dentro da boca, ternuras que escondemos debaixo da pele. Só a luz do sol, os lençóis e as paredes que me velam a ronha e calam os sonhos que não digo, que já não sei sonhar. Uma voz pequenina lembra-me que o resto do mundo já acordou e a preguiça é uma virtude de fim de semana só de alguns.... 
Bom dia.
tenho um dói-dói no joelho...
e no avesso do cotovelo, porque dor de cotovelo não se confessa
e no pescoço, e na orelha direita que já nem ouve direito
e no avesso da pele, por dentro do coração que já nem sabe bater e está mais que batido
tenho um dói-dói na boca inteira, por guardar tanta coisa e não guardar beijos suficientes
e nas pálpebras, e até no olhar que já não vê
e dói dói muito.
há cura?

[post antigo que gosto tanto e de que adoro a fotografia...
Hoje não tenho dói-dói, não tenho desculpa que desculpe a vontade de beijos no joelho ou em qualquer lado, talvez para as feridas haja cura, para a vontade de beijos não. De beijos assim, como este parece ser: inteiro, cheio, genuíno.
Parece que há beijos e vontade de beijos que o tempo não cura.]

Boa Noite