Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

22 março 2013


Há frutos que é preciso
acariciar
com os dedos com
a língua 

e só depois
muito depois

se deixam morder.

Jorge de Sousa Braga


[tudo precisa amadurecer, até a vontade.
 A vontade de morder e de ser mordido.
 A vontade é o sal do fazer.]
...já estou farta de frio, de chuva, da roupa de inverno que já pesa. 
Quero o sol e o calor, e os óculos de sol, e as esplanadas cheias, e os phones nos ouvidos e um livro na mão que me tire do meio do mundo.
Quero calor, e flores, e acreditar que a vida precisa de tão pouco para ser boa!!!
Bom Dia!


Promete-me.
Promete-me que todas as promessas que me fizeres são como votos sagrados num altar erguido para nós: onde quer que seja, como quer que seja.
Promete-me: nunca vais deixar de dizer-me o que te vai dentro, nunca vou ser uma turista de ti, mas alguém da casa a quem não se esconde a desarrumação.
Promete-me que sempre que te zangares comigo vais mostrar-me o porquê, como o caminho para um lugar que eu não conheço – e sabes como sou desorientada – terás que, quase, me levar pela mão, ou arriscares a que perdendo-me, me percas.
Promete-me: sempre que faças algo que não gostas - ainda que o faças - mo dizes: para que saiba o que não te pedir (a não ser quando, danada contigo, merecidamente te quiser irritar).
Promete-me: diz-me que gostas de mim sempre que tiveres vontade... mesmo que estejas zangado comigo: principalmente -  nunca deixes de mo dizer - quando estiveres danado comigo.
Promete-me que discutes comigo quando alguma coisa não estiver bem: quem não discute não ferve, entrou no tanto faz fez, como fez faz – já nada interessa nesse marasmo podre em que se entra, e quase nunca se sai. Enquanto se discute ainda há vida a tentar viver.
Promete-me amar-me inteiro enquanto inteira me amares: quando deixares de amar, não finjas: diz-me. Diz-me como conseguires e sem crueldade, que o amor ficou órfão, mas livra-te de qualquer piedade.
Promete-me que nada do que fizeres é fruto de qualquer promessa, mas de espontânea vontade de não haver órfãos de nós entre nós.
Promete-me que entendes que não quero que prometas coisa alguma: apenas que entendas que é isto, que sem te prometer, terás de mim - e que gostaria de esperar de ti, sem promessas.
Prometes?