Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

01 março 2010

Há pessoas que dizem adoro-te como dizem gosto de ti, como dizem gosto de morangos, depois há pessoas que dizem que têm saudades sem se lembrar se as tiveram ou não. Há pessoas que não dizem nada e têm, têm muitas saudades caladas, depois há outras que de vez em quando, no meio do ruído surdo das conversas banais sussurram "gostava de estar aí", assim, sem nada o pedir, sem nada o antever. E esses sussurros roubados ao ruído instalam-se no nosso silêncio, na nossa alma como uma música que não se cala nunca, como um canto encantado que toma a nossa existência e torna-se senhor do brilho dos nossos olhos e do sorriso que nos surpreende as feições. São sempre as coisas mais raras que mais nos tocam, porque essas guardamo-las bem no fundo de nós, como que escondendo os nossos pequenos tesouros, protegendo-os para momentos, em que por vontade própria saltam da alma que os guarda... e me assaltam para sempre o espirito.