Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

22 maio 2012

Este post é para ti

Não preciso falar muito porque sei que entendes, sempre nos entendemos nos silêncios, nas pequenas coisas, e nas grandes que suportam os pilares de quem somos. Custa-me muito tudo o que estou e vou fazer, mas é porque sempre me disseste que seria o melhor. O melhor para ti e por isso para nós. Afasto-me, recolho-me, deixo-te o espaço deserto que precisas para que o atravesses e chegues aonde queres. Estou deste lado como sempre, ao teu lado ainda, ainda que não me vejas, contigo na tua ausência para que chegues com a tua presença e possamos repetir todas as brincadeiras, sorrisos, beijos, gargalhadas, festas, mimos, olhares sem fundo e toda uma vida em que sempre encaixámos sem a ter. Fico à espera do teu calor, das tuas mãos, da tua pele colada à minha, do teu carinho e de te poder encher de mimo, de beijos e do amor que me deixares.
Enquanto na memória ficam gravados estes nossos momentos para reviver e sorrir sem saber, cá dentro aperta e desespera a vontade dum abraço assim, de reencontro, de felicidade, de vontade de chegar e ficar.
beijo

ehheheh um dia ainda vou dizer isto....
 mas depois vou-me escangalhar a rir e corta o efeito todo!!!

18 maio 2012

Um beijo fechado a sete chaves...
ternura...paixão...carinho...desejo...doçura...avidez...meiguice
Inacreditavelmente consegue-se juntar tudo, desfazer todas as fechaduras.
Deixamos de conseguir trancar o que seja, há beijos em que estamos inteiros, entregamo-nos completamente e preenchemo-nos nessa entrega que nos encontra no outro.

14 maio 2012

Apetecia-me sol na pele...
praia, areia quente, a música do mar como pano de fundo...
os lábios salgados das gotas de mar que viajam no ar...
pele bem temperada e quente...

13 maio 2012

Deixa lá Charlie Brown, eu também não entendo, deve ser por isso que sou insegura...
tenho sempre medo que fujam porque não uso correntes nem tranco portas a ninguém...
Café numa das esplanadas favoritas. açúcar:"uma noite danço para te seduzir" , mas Não hoje Não é a noite. Gosto de dançar mas nunca o fiz para seduzir ninguém, nem saberia como...

12 maio 2012

Acho que é hoje que me vou deitar cedo!!!
Apetece-me levar um livro e deixar-me adormecer...
Mas está uma noite tão boa que não sei se primeiro vá ler um bocadinho debaixo do magnifico lençol de estrelas...e depois passar para os outros...
Mas o que me apetecia mesmo era isto.
Trocava qualquer umas das hipóteses, ou de outras quaisquer que nem pus porque nem me apetecem, por isto, e poder adormecer na minha almofada favorita...
Boa noite
Chego à conclusão que gosto mais de estar com pessoas mais simples do que com aquelas armadas ao pingarelho, que acham que são alguém por isto ou aquilo, e não por serem alguém, simplesmente. Pus-me a pensar nisto e comecei a tentar perceber se é porque ao pé dos outros me sinto intimidada, ou apenas relegada para a minha insignificância, quase à laia de sentimento de inferioridade; mas não, a questão é que eu me divirto muito mais com as pessoas simples, ainda que com vários erros de português no discurso, ainda que com sinais mais de que evidentes de falta de gosto, são pessoas que se levam menos a sério, normalmente mais humildes, mais amigáveis quase sempre. E chego sempre à conclusão que não só me divirto mais, como facilmente as conversas descambam quer para a bregeirice, quer para as conversas de vida, de que não fogem, e falam abertamente do que pensam, do que aprenderam com a vida, da vida, enfim. Os armados ao pingarelho não gostam de conversas de vida, a não ser que seja da vida dos outros, fogem de conversas de filosofia de vida ou de pensamento, preferem falar de politica, muitas das vezes papagueando o que ouvem sem pensar, parece-me, no que ouvem. Preferem falar de cinema, música, literatura, enchem a boca para dizer a palavra arte, mas sempre de acordo com a crítica, uma crítica, mas não consigo às vezes descortinar o que gostam ou porquê, porque concordam com uma ou outra crítica. Tento perceber o poruqê, sentindo-me ligeiramente estúpida quase todas as vezes, porque não percebo nada, e fico na mesma. Eu só sei dizer se gosto ou não, e porquê, deles não percebo quase nunca nada, e nunca os seus porquês, e as conversas que gosto são sobre as que revelam o que se pensa disto, daquilo ou daqueloutro, porque essas são sempre conversas de vida, da nossa perspectiva de vida, seja na politica, arte, ou o que for,  basicamente são sobre o que as pessoas sentem, têm por dentro, o que são, e a mim parece-me que acham que isso é filosofia, e isso é para os livros, especialmente os fechados. E tornam-se para mim livros fechados, nunca se sabe o que está lá dentro, só podemos avaliar a capa, e isso para mim é só para prateleira.
Eu sempre soube, e sempre estive certa.
Como estou certa quando digo que há coisas que vão mudar para ti, só que não por mim.
E provavelmente já não para mim.
Gostava tantas vezes de estar errada em tanta coisa, ou então, apenas conseguir agir de acordo com aquilo que acho que é a verdade.
Não  consigo. Não consegui até agora.
Os outros é raro ouvirem-me e eu, de certeza, que nunca me oiço.
Depois sofro a razão que sempre tive.

10 maio 2012

Não vou desejar-te que sejas feliz longe, não vou desejar que sejas feliz com outra pessoa.
Não consigo ser tão hipócrita, não quero.
Não vou dizer-te que quero os teus lábios noutra boca, não vou dizer-te que quero a tua pele noutra pele, não vou dizer-te que quero o teu olhar noutros olhos. Não vou, porque não é verdade, porque também não o quero para mim. Quero-te a ti e acho que tu não existes, vejo-te e sinto-te onde não estás. Como sinto os beijos que me deste e que já não me dás. 

08 maio 2012


Devia ir dormir, já devia ter ido, hoje dói-me o corpo, nem sei bem porquê, parece que peso mais do que o peso que tenho, que para andar direita preciso de mais força, não sei, sei que já devia estar na cama, mas vou-me arrastando por aqui, hoje, ontem e tantas vezes, acho que para preencher o tempo, como se dormindo não o preenchesse melhor, mas a esta hora parece-me sempre que não, porque esta hora, como o final da tarde, é sempre pior, dói sempre mais um bocadinho, e se me perguntarem não sei porquê, mas sei que é assim. Ontem, depois de muito enrolar tempo em tempo fui ao mail, ao mail onde tenho guardada a história que não chegou a ser nossa, mas que sinto ainda tão minha, ainda me corre no sangue, e conforme ia desligar sem querer abri um dos mails, e era uma conversa nossa, daquelas intermináveis, que dava para tudo, para rir até doer a barriga, para namorar, para discutir fotografias, para disparatar, para falar de tudo e tantas vezes de nada, mas um nada que era nosso, que nós gostávamos, ou eu gostava, o resto não sei. E essa conversa que acabava perto das seis da manhã, depois de termos rido à gargalhada e percorrido à distância toda a pele que cobria o outro, conversámos como se o futuro fosse amanhã, fosse já ali ao virar da esquina, como  se houvesse futuro afinal, como se outra coisa não pudesse haver, e como seria, o que gostávamos de fazer, o que gostávamos que fossem os nossos pequenos bocadinhos, os jantares sozinhos sempre que desse ao fim de semana ou à semana, o passear a pé, o ir para qualquer lado, cada um munido do seu livro, e ler e namorar nos entretantos, e enroscarmo-nos, o não querermos sair muito à noite e preferirmos ficar em casa à noite enrolados em nós e num filme, ou só com uma garrafa de vinho a meias, a lareira e nós, ou a lua no verão a entrar-nos pela janela aberta. Os jantares na varanda, ou as refeições na cama de que se púdessemos não sairíamos, e na ronha nos deixássemos ficar até fartar, ou até nos fartar a fome. Não sei, sei que dou por mim a ler estas coisas e a não perceber o que não percebi, onde me perdi porque me encontrei, onde fiquei que na curva perdeste-me o futuro, e não chegámos a amanhã, e eu fiquei-me em ontem. Em ontem não, que não me queres saber há tempo, já sei, mas parece-me ontem, há bocado, ou ainda agora. Não há futuro, mas parece que também não há tempo, não o sinto passar e aqui estou eu a enrolar-me nele para ele se ir enovelando e amontoando, mas nunca mais chega amanhã, o meu amanhã.
Até amanhã.

06 maio 2012

Morreste-me.
Eu sabia que tu ias ajudar.
[não, não é que o meu amor tenha acabado, porque o amor sobrevive-te ainda. Não é que vá deixar de escrever o que escrevia até agora, não sei se será diferente, se será igual, o que me for sair pelos dedos, mas tu é que já não existes, tu enquanto minha pessoa. Ficou-me o sentimento por uma pessoa que eu pensava que eras, que te estava dentro e que querias ser, ainda que não meu, diferente do que sempre te deixaste ser, e que não faria certas coisas, não outra vez, que não me desiludiria uma vez mais com as suas estúpidas incoerências e desconsiderações.
O amor preenche-me ainda.
Tu não.
Tu não existes.
Ainda bem, facilita.]

05 maio 2012

Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca,
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.

Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto,
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.

De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas, inesperadas
Como a poesia ou o amor.

(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído,
No papel abandonado)

Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.

Alexandre O'Neill

[li isto e fez-me lembrar o que me acontece ainda, de vir-me o teu nome à boca, de eu não o deixar sair, não deixo que o som te deixe levar, prendo-o por dentro, cerro os lábios, ficas-me dentro da boca, onde guardo os nossos  beijos, na esperança de um dia conseguir engolir tudo e o teu nome deixar de me vir parar à boca sem o chamar, à cabeça, ao corpo, à pele, sempre vindo de dentro, nunca o consigo parar. Não consigo travar as palavras, as imagens, os sons, os cheiros antes de os ver ouvir, sentir, estão-me dentro e assaltam-me. Não é justo, é cruel. Tenho de calar-te primeiro em mim. Pareço impermeável, ninguém entra e ninguém sai.  E devia ser ao contrário devia deixar-te sair, expulsar-te, e convidar alguém a entrar, ou gozar só o teu espaço vazio sem saudade, sem frio]

04 maio 2012



Lido no Fogo Posto, Mia Couto pela mão desta menina , menina esta que qualquer dia tem de ter quota aqui no estaminé, tais são os roubos descarados aos seus escritos... mas tem uma maneira muito particular de me pôr a pensar...e quando há um lugar em nós que é amarmos alguém? 

03 maio 2012


Esta coisa de saber que nem de me saber queres, sabe-me mal.
Sabe-me muito mal, mas nem disso queres saber.

02 maio 2012

Sem desculpas.
Não há que esperar a melhor altura, ou melhores condições, ou o que for,
quando se quer faz-se, com o que se tem, faz-se o que se pode daquilo que se quer.
Humm...pois...
Quer dizer que por lá vou encontrar muita gente...

Beijo os teus seios
e a tarde comove-se como se tocassem sinos.
Levanto a tua cabeça entre os meus dedos
e abro contra o dia os teus cabelos,
e logo as aves do silêncio levantam voo
e dançam loucas em volta dos teus olhos,
e a tua boca aperta-se,
morde
a minha boca
enquanto as minhas mãos vão procurando
nenhum deus à flor da tua pele
por esse caminho branco onde agonizam éguas
vestidas de primavera.
Joaquim Pessoa

01 maio 2012

Estava para acabar o blog ontem, porque nasceu numa altura em que a vida se me baralhou no coração, ou talvez o coração me tenha baralhado a vida, e quando me falta o chão preciso de escrever, de traçar um caminho de letras que me sirva de mapa para fora de mim. Passado pouco tempo percebi que estavas definitivamente em mim, e passou a servir para falar-me de ti, ou contigo sem ti, depois passou a ser uma comunicação à distância com o pano de fundo do silêncio, que tantas vezes me ensurdeceu, e depois, depois não sei, foi uma espécie de diálogo sob um véu com que me cobria.
Agora não sei.
Sei que falo sozinha ainda e sempre, contigo e sem ti.
Como quando me disseste que eu passava noites a escrever sem ti contigo, ou contigo sem ti.
Aqui, só eu e a Lua,
a romper-me pela janela
a corromper-me a pele de luar
a interromper-me o ar fechado

Esta tua Lua
Rompe-me as memórias,
corrompe-me a alma,
interrompe-me a tua ausência.

Aqui onde estou sentada,
Só ela e  eu,
de alma rota
por ti corrompida
na respiração interrompida
de quando aqui,

só eu, tu e a Lua.

Boa noite
[agora posso dizer tudo o que tu não vês]