Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

29 agosto 2010

Para que o quero?
Quero-o para fintar o destino, para me provar empiricamente que felicidade é ter mais e melhores momentos felizes que fazem suportar tão melhor os maus e os assim assim que nos invadem os dias.
Quero-o para falar e para ouvir, e para os silêncios cheios de tudo.
Quero-o para o fazer rir e gargalhar, e sentir a alma nova de cada vez que o faço.
Quero-o para me desvendar com esse seu olhar de que não consigo fugir, onde me perco, sem o conseguir ler por dentro, mas sem me cansar de tentar.
Quero-o para me aquecer os pés e o resto à noite, para me enroscar e me chamar de jiboia, para adormecer e acorda-lo com um beijo que não sente, mas que me faz sorrir.
Quero-o para partilhar conversas à lareira ou o sol na varanda, para sentir o silêncio da lua no seu calor, ou só para o sentir.
Quero-o para sermos nós. Para nós podermos ser um nó cego para os outros, mas apenas certo e muito apertado para nós.
Quero-o para tudo e para todos os nadas.
Quero-o para fintar o destino e ganhar uma vida que não se arrepende de viver, de querer, de sentir.
Chega??

26 agosto 2010


I’ll be your mirror
Reflect what you are, in case you don’t know
I’ll be the wind, the rain and the sunset
The light on your door to show that you’re home
When you think the night has seen your mind
That inside you’re twisted and unkind
Let me stand to show that you are blind
Please put down your hands
cause I see you
I find it hard to believe you don’t know
The beauty that you are
But if you don’t let me be your eyes
A hand in your darkness, so you won’t be afraid
When you think the night has seen your mind
That inside you’re twisted and unkind
Let me stand to show that you are blind
Please put down your hands
cause I see you
I’ll be your mirror
- The Velvet Underground

24 agosto 2010

Sinto-te a falta, pois sinto, mas sinto mais a da esperança.
Só não sei o que queria esperar, se te olhar e não ver nada, se que me olhasses e visses tudo. Tudo o que não vês, ou não queres ver.
Vens amanhã ou depois, ditas que racionalizemos a mente que nos mente a cada fuga do pensamento, a cada curva da memória, mas apenas porque não queres racionalizar-te doutra razão, que mais razão não é, do que sentir sem qualquer razão. Sentir. Só e tanto.
Tenho esperança de não o ver nos teus olhos a dançar e a convidar os meus para um tango mudo que não podemos dançar. A razão não te toca o sentir, ou o sentir não te muda a razão, e são precisos dois sentires sem razão para fazer essa música. Para dançar esse tango, que convidas e recusas.

19 agosto 2010

Sinto-te a falta, quanto mais tento contorna-la menos a esqueço e mais a sinto.
Que raio me fizeste?
Porque raio o fizeste?
Já não te pensava tanto, já me racionalizava mais, já me habituava a não te ter no hábito.
E agora não sei que faça, que me faça que te faça.
Toda eu te reclamo sem conseguir contraria-lo.
Toda eu te recordo sem ter de muito remexer na memória.
Toda eu te sonho sem conseguir dormir.
Toda eu me engano sem te conseguir acertar.

18 agosto 2010

Não sabia que vinhas antes de ir outra vez, apanhaste-me de surpresa no meio do meu plano de te perder e de me perder de ti. Ligaste-me foste ter comigo, não percebo porquê, nunca percebo, porque dizes que estavas a ver se me resistias. Seria mais fácil não ir ter comigo, não te parece? Porque depois esses teus olhos desenterram dos meus, por muito fundo que o queira esconder, o que te querem dizer, dizem sempre sem eu querer. Dizes que não sabes onde, ou como, te perdes nos meus olhos, estes que dizes que fazem o meu nome ser menos meu do aquele que me deste, Eva, e chamas-me Eva vezes sem conta, dizes que é a doçura cruzada com a diabrura que me encontras no olhar onde dizes perder-te, mas donde sempre consegues encontrar a saída e fugir de mim.

16 agosto 2010

E quando uma pessoa está farta, farta de tudo, muda a casa (neste caso o blog), muda o cabelo, muda a roupa, e espera. Espera que isso mude o resto. Tipo por osmose e de fora para dentro. Coisa de mulher que nunca consegui entender a lógica, mas que faço sempre que estou farta. E agora estou. Se vai mudar alguma coisa não sei, isso logo se vê.

14 agosto 2010

As provas...

Já não o via há tanto tempo, nem ouvia falar nele, esbarrei com ele na Web, e a paixão antiga reacendeu-se. É perfeito: mais de 40 anos (já não deve dizer muitas baboseiras), tem o olhar mais terno e a voz doce, é um senhor que é um espectáculo, sabe cozinhar, entrega-me cartas de amor, gosta de viajar, dá uma boa assistência técnica, apimentada de um sentido de humor e surpresas das mais variadas, e nem precisa de boxers sexys... ai ai...atrevidote ele... ahhhhh e esqueci-me é italiano, o que preenche aquele imaginário sonhado há muito de me acordarem com palavras doces sussurradas em italiano... pronto agora a parvoeira acabou e eu voltei a crescer...o que é uma pena!!!

13 agosto 2010

Não vi estrelas, nem tão pouco me lembrei de pedir desejos tão cheia estava a minha noite de lua e de gargalhadas sonoras de alma e do resto, tão bem que esta lua me faz, tão bem que me sinto, e não, não foi do vinho branco fresquinho de que bebi quase toda a garrfa, nem da sapateira que estava boa, nem das ameijoas para que me guardei. A conversa, o riso sorrido, o sorriso rido escancarado, o calor de uns olhos que entendo e que me entendem ou querem entender sem recriminações, fazem compôr tanta coisa! A amizade é dos melhores amores que se têm. Desejo-te a ti o dobro do que alguma vez desejaria para mim.
Tu és a lua que ilumina a minha noite escura e tantas vezes o desenho do sorriso que tenho e partilho a essa luz, mesmo que reinando o sol.
Esta coisa estranha que se me entranhou desde que nos tropeçámos na vida e em desgostos de tempos tão próximos, resultou nesta coisa de alma que não explico e nem tão pouco arrependo, mais desgostos de amor viessem para tropeçar e cair nesse Amor maior que é esta amizade de que não abro mão ou coração.
E agora vou dormir que sou muito obediente e tu não me deixaste ir ter com o Zé!! O Zezinho que parecia cheio de vontade de conversa...e disse que desde há sete anos eu estou na mesma, senão para melhor!! Realmente isto não se vê nada por fora do caos que vai em cada um. Ainda bem!

11 agosto 2010

E hoje apetecia-me uma sapateira recheada para jantar, regada com um branquinho bem fresquinho, saboreada com uma conversa de olhares a acompanhar as palavras que riem e fazem rir a dois. O pôr do sol e o cheiro de mar, só como toque final.
Caía bem.
E eu também.

09 agosto 2010

Não sou capaz de lhe ouvir aquele tom de voz. Esqueço-me de tudo, posso estar no fundo do poço, mas tenho de fazer tudo para lhe arrancar uma gargalhada, uma mudança no tom pesado de voz, que quero leve e mais alegre, enquanto não lhe trouxer a boa disposição à tona não me deixo cair. Quando ele por fim parece melhor, eu fico melhor, até desligar o telefone.