Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

16 dezembro 2014

... e eu que ainda não montei a árvore de Natal este ano....
acho que podia ponderar montar esta, mas dispenso as luzinhas, 
ainda fundem, sei lá...
eheheheheh
Bom Dia!!

(agradecida à B pela ideia ;) ... é bom saber que me rodeio de pessoas tão tontas como eu, sempre rimos juntas, enquanto as árvores não aparecem... )

Há vezes, como hoje, em que uma pessoa sente tanto algumas coisas que parece sentir as paredes da alma arranhadas por um grito mudo a rasgar um momento desavisado, que se prolonga nas garras da memória pelo dia adentro. Como hoje. Sente-se tanto que dá a sensação de que não o estamos a sentir sozinhos, como se parte daquilo não fosse nosso mas chegasse a nós a sentir, como  se do outro lado do grito houvesse outra boca faminta, outra alma que rasga. Sente-se tanto que parece que sentimos por nós e por quem não sente, mas sentimos como se sentissem. É uma coisa que abalroa de dentro, que não se trava, mas que nos cristaliza. Quando ao fim do dia se expõe tudo à luz que o dia engoliu, percebe-se que a sensação é uma realidade inventada, que a sensação é só um engano. Um engano, que de tão sentido, se enganou anos a fio à procura da outra ponta do fio, onde o engano se desenganava e a realidade não se inventava. Vivia-se, a par, num grito de sentir tanto. Tanto engano, afinal.

Boa Noite