Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

25 outubro 2015


... Ora bolas!!
Anda uma pessoa a fazer planos para começar uma vida mais saudável, 
fazer desporto, correr, essas coisas cansativas e atribuladas... 
E cortam-nos as voltas, ou melhor dizendo as horas!!...
Aquela hora destinada precisamente a esse fim...
Não há direito!! Deve ser um sinal... 
Sinal que o meu destino nao passa pelo ginásio nem por correr, assim, sem destino....
Eheheh
Já apetecem mantas, o crepitar da lareira, a meia luz que se agrava ao final da tarde. 
Volta a apetecer-me ler, voltam a apetecer-me coisas que me fazem. Até escrever. Pareço aos poucos regressar-me, reconhecer-me, ainda que haja dias que o caminho parece perder-se, volta-se a ele da mesma forma: sem saber como. Somos o que somos, regressamo-nos sempre. Às vezes, quando as ausências são longas, tão longasque podem até durar meia vida, não encontramos tudo como deixámos, algumas coisas perderam-se outras estão fora do sítio, mas vamo-nos arrumando segundo o nosso código genético, segundo as raízes da alma, que não acredito que mude. Não mudamos, arrumamo-nos, e a algumas ideias, de forma diferente, para dançar os dias que a vida nos vai dando. O difícil, para mim, não é lidar com o que tenho, é saber a música das vidas que não dançarei. Mas, se calhar, basta saber a melodia, senti-la, pensá-la, para que se dance na nossa cabeça, cá dentro. O corpo quase a dançar de ouvido.
Afinal, se pensamos em pássaros a chilrear, ouvimo-los, mesmo que não estejam a cantar. 
Mas um dia pode ser que cantem mesmo. A minha alma precisa de pássaros que cantem, que me façam o sorriso, de alma e corpo, dançar. Isso não muda ou mudará.

Bom Dia
Acabar a noite com um copo de vinho e uma conversa com as estrelas escondidas por trás das nuvens. Sei que estão lá, até oiço o que me querem dizer e não quero ouvir. 
Bebo mais um golo, quase como trégua nas negociações do que não deve ser dito mas deve ser ouvido, e o que sendo dito nao tem de ser ouvido. O que não gostamos, dito ou não, fingimos fingir nao perceber, num jogo de gato e rato que não saem do sítio. 
Calo-me dentro do meu silêncio, sei que me sabem, não vale a pena fingir. Nem fugir do que me sei.