Todas as cartas que não me escreveste, guardei-as. Atei-lhes um cordel e perfumei-as com o que me lembra de ti, todas as razões de ti que me fazem sorrir no vazio. Juntei todas as cartas vazias que não escreveste com resmas de cartas que te escrevi e não guardei, nem tu as recebeste. Embrulhei as palavras que guardei para ti sem tas entregar, e as que guardei para me escreveres, para me dizeres, para me entregares - guardo-as, ainda, em papel pardo, daquele antigo, onde se escreviam lindas e ridículas cartas de amor, que nunca cheguei a receber, mas que guardo, como a uma recordação que não vivi.
Bom Dia!!