Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

17 julho 2013

Hoje a mariquinhas sou eu!!
Não me chateiem, mão me mostrem nada, não me digam nada...
Gastei as palavras todas no caminho de não as dizer, nem querer dizer.
 Gastei os olhos a chorar pelo que não quero ver e a fechar os olhos ao que há para ver.
Gastei-me  de alma a ouvir o que não quero, nem mereço ouvir.
Quero distância de mim, sou um perigo auto imposto, uma dor auto infligida.
Dizem que a minha auto estima está nas lonas, é verdade, ando há muitos anos a deixar que me arrasem de todas as maneiras e feitios. 
Estou cada vez mais perto do abismo dos erros conhecidos, ou seja, estou a poucos passos de seguir uma burrice conhecida, mas às vezes a necessidade de sentir que gostam de nós é avassaladora. 
Às vezes precisamos que nos façam sentir bem.
 Às vezes precisamos de sentir que gostam, não apenas porque nós gostamos, mas porque não conseguem deixar de nos querer e nos gostar: mesmo assim, sem nós gostarmos. 
Às vezes precisamos de ver no outro o olhar raso de admiração, de gostar sentido e de vontade de se dar a nós, e sentir o nosso olhar só de embevecimento, desse gostar que nos preenche o vazio, e não o contrário. 
Às vezes queremos sentir que recebemos, sem ser apenas em retribuição. 
Às vezes precisamos mesmo que gostem de nós. 
Eu hoje preciso. 
A minha auto-estima precisa.
Disso, e de educar o corpo, porque não sei fazer isso: fazê-lo obedecer à cabeça, criar-lhe vontades na razão. 
Não sei fazer isso. Ainda. 
Mas, às vezes, há coisas que se aprendem, e eu tenho tempo, se esperarem um pouco pode ser que aprenda.
Entretanto, hoje, não me chateiem, não me mostrem nada, não me digam nada.

Já percebi.
Tenho de o resolver.
Aqui o problema é mesmo só meu.
Boa Noite