Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

28 setembro 2014


E hoje foi dia de ronha...
 Dormir e muita ronha até tarde, 
almoçar tarde e sem relógios na varanda, 
perceber que afinal está frio... 
E agora tomar um café.... 
E tentar que o tempo cinzento não se entranhe.
Bom dia!



"Fala-me tu do Amor e dessa coisa esquisita que é o tempo com quatro dedos de distância entre o ardor das línguas e a asfixia dos corpos.

Fala-me tu do Amor e desse desejo que arrasta a proximidade que anula todos os intervalos em pequenas existências que de tão insignificantes desaparecem numa doçura e amargura.

Conta-me do constante faz e refaz, de ressuscitar e morrer, de adormecer e sonhar, do conforto da luz dos dias na realidade que nos mata. Porque do Amor também se morre e também se vive, como alimentação programada às calorias necessárias para respondermos."

Al Berto

[já não tenho as calorias necessárias ao amor, ao faz e refaz, ao morrer e renascer, as que tornam a amargura em doçura e os intervalos em instantes que se perdem no tempo no momento preciso em que tudo se refaz como se nunca desfeito tivesse sido. Já não tenho calor suficiente para aquecer o amor que me restou, ou para arrefecer o que ficou por dar. Já não sei contar a distância em dedos, nem estar a braços com a recordação de abraços que nunca se desfizeram, percebendo que nunca se fizeram como se recorda. e já não sei o sabor dos corpos em asfixia de desejo, ou o ardor das palavras não ditas que guardei debaixo da língua, donde nunca as libertaste, onde nunca chegaste.] 

Boa Noite