Diz-se que o pior cego é aquele que não quer ver,
mas não querer ver não é já saber e fechar os olhos para não ver?
Um cego não precisa fechar os olhos para não ver.
Não querer ver é uma escolha, não uma incapacidade.
E será que depois de se saber, vale a pena fechar os olhos?
Melhor, conseguir-se-á verdadeiramente?
Fazer de conta que não se sabe, que não se viu?
Não é para todos enfrentar a sua realidade sem providenciais cegueiras paliativas.
Para se assumir que se viu o que nao se quer ver, que se sabe o que não queremos saber,
é preciso coragem, não para abrir os olhos, mas para não fazer de conta que os fechámos.